MPF vai investigar causas do desmoronamento em Ouro Preto (MG)
Promotores querem informações da prefeitura e do Instituto do Patrimonio Histórico e Artístico Nacional
SBT Brasil
Como a cidade de Ouro Preto (MG) é tombada pelo patrimônio histórico nacional e da humanidade, o Ministério Público Federal (MPF) investigará as causas do desmoronamento que destruiu nesta 5ª feira (13.jan) dois casarões no município. Os promotores abriram um inquérito e querem saber da prefeitura e do Instituto do Patrimonio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) qual a extensão dos danos culturais e quais medidas serão tomadas para conter a encosta e evitar novos acidentes.
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Não houve feridos pelo deslizamento, visto que, minutos antes do colapso, a área tinha sido isolada pelos bombeiros. Depois de dias de chuva sem descanso, foi justamente quando o sol apareceu que parte do morro não resistiu. O susto foi gravado por vários ângulos.
Do chão, quem passava por perto também registrou o deslizamento. Os passageiros de um ônibus se assustaram. Na rua, as pessoas correram com medo. "Foi a situação mais assustadora que eu já presenciei na minha vida", disse a empresária Janaína Jardim. Ainda de acordo com ela "foi muito rápido". "Assim que a gente viu a movimentação, foi lá para fora, já começou a cair tudo", completou.
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Por volta de 8h30, bombeiros e Defesa Civil foram acionados, porque a terra estava se movimentando. "Um motorista de coletivo acionou a Defesa Civil e a agente Paloma imediatamente interrompeu a via e retirou as pessoas rapidamente dos comércios da estação", falou o secretário de Defesa Social de Ouro Preto, Juscelino Gonçalves.
Dali em diante foi questão de minutos até tudo desabar. O piloto de drone Fernando Costa gravou o momento com a aeronave. "Já estávamos agendados com os geólogos para poder fazer as vistorias, junto à Defesa Civil, dos outros escorregamentos que já haviam acontecido", pontou. Ele havia levantado o drone para auxiliar nesse monitoramento e conseguiu fazer o flagrante do deslizamento.
O casarão Solar Baeta Neves, de 1890, já estava interditado desde 2012, por problemas na estrutura. Felizmente, a população havia sido retirada de perto do local 40 minutos antes. "Só não há vítimas neste local devido a uma atuação preventiva", afirmou Pedro Aihara, tenente do Corpo de Bombeiros.
A construção foi a primeira de estilo neocolonial na cidade. Por enquanto não é possível retirar a terra do local, porque ainda há risco de novos desmoronamentos. Depois do ocorrido, a Defesa Civil fotografou uma grande fenda no local. "Tem um bloco de rocha ali muito grande, que ele está fragmentado. Então ele tem risco iminente de descer", disse Paloma Magalhães, agente do órgão.
Há dois anos, a Defesa Civil registrou mais de 800 locais com movimentações constantes de terra em Ouro Preto, que foi construída sobre as montanhas. Nesta 5ª feira (13.jan), o órgão confirmou mais uma morte em decorrência dos temporais que atingem Minas Gerais. Em Claro dos Poções, um homem morreu ao cair num rio. No total, 25 pessoas já perderam a vida no estado desde o início do período chuvoso.
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