Pesquisa do Inpe mostra recordes de emissão de carbono na Amazônia
Enquanto a emissão de carbono da floresta subiu 122%, o número multas por crimes ambientais zerou
SBT News
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais divulgou uma pesquisa que mostra que a emissão de carbono na Amazônia, em um ano, atingiu uma alta de 122%. 30 pesquisadores brasileiros participaram do estudo, que será publicado pela revista Nature, uma das mais conceituadas no mundo quando o assunto é o meio ambiente.
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A partir de imagens aéreas, eles concluíram que, só em 2020, a Amazônia foi responsável por lançar, na atmosfera, mais que o dobro de carbono emitido entre 2010 e 2018. Foram 0,54 bilhões de toneladas contra 0,24 bilhões de toneladas entre 2010 e 2018.
Os dados apresentados pelos pesquisadores mostram, ainda, que a impunidade quanto aos crimes ambientais e a pressão econômica de atividades que desmatam sem promover queimadas, podem estar por trás desse aumento. No período analisado, a aplicação de multas foi reduzida, enquanto os alertas de desmatamento dispararam.
Segundo a pesquisadora do Inpe, Luciana Gatti, só a exportação da madeira bruta aumentou 700% até dois mil e vinte. O aumento na área plantada com soja aumentou 70% na região. A área de milho cresceu 60% e a derrubada de floresta para a formação de pasto subiu 13%.
O sudeste amazônico, que compreende metade do Pará e o estado de Mato Grosso, foi a área que mais emitiu carbono e, segundo o estudo, está muito próximo de não se recuperar.