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Economia

Preço dos aluguéis tem oitavo mês consecutivo de alta

Proprietários tentam recuperar perdas da pandemia, e novos contratos puxam aumento

Imagem da noticia Preço dos aluguéis tem oitavo mês consecutivo de alta
Placa de venda e aluga-se em frente a um prédio de apartamentos
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O período de incertezas provocado pela covid-19 afetou todos os setores econômicos. O imobiliário não ficou de fora. Agora, com o arrefecimento da pandemia, os preços de aluguéis vêm tendo alta. Em março, o aumento foi 1,63% acima da inflação -- a maior alta para o mês em 11 anos. Foi o oitavo mês consecutivo de subida nos valores, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).

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"Os contratos de locação que ficaram represados durante a pandemia, agora começam a ser reajustados e isso começa a ter impacto sobre o mercado", explica o pesquisador da FIPE Bruno Oliva.

Apesar das altas consecutivas, no acumulado dos últimos 12 meses, a média de reajuste foi de 7,59%, de acordo com o índice FIPE/ZAP -- abaixo da inflação medida pelo IBGE, de 11,3%.

Segundo Raphael Sylvester, diretor de locação da Lello, uma das maiores imobiliárias de São Paulo, os novos contratos são os responsáveis por puxar os preços e a tendência é de que isso se mantenha ao longo do ano. "Os novos contratos realmente são o que vêm puxando o valor médio do aluguel. O proprietário vai ser um pouco mais inflexível para tentar recuperar aquilo que ele deixou de ganhar no ano anterior", afirma, acrescentando que 60% dos aumentos vêm de contratos recentes.

Mudança de perfil

Com a alta dos aluguéis em um momento em que boa parte das pessoas não tem como apertar ainda mais o orçamento, a saída encontrada por muitos inquilinos é ir para imóveis mais baratos. O que pode significar abrir mão de espaço e comodidades.

Sem conseguir negociar um aumento de 20%, o casal João Carlos e Maripê de Lima trocou, depois de 30 anos, uma casa de 100 metros quadrados com quintal por um apartamento bem menor. "Não dava mais para ajustar no orçamento e a gente começou a procurar. Nós ainda temos a inflação com valores muito altos, alimentação, medicamentos... Então acaba ficando muito apertado", contam.

O pouco espaço no apartamento obrigou o casal a deixar muita coisa para trás. "Tivemos que deixar praticamente uma cozinha montada, ferramentas que eram do pai e do avô e tacos de bilhar", diz João Carlos.

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