Casos de estelionato mais que dobram em três anos
A partir de furtos de celulares ou de golpes, quadrilhas roubam dados pessoais para realizar empréstimos e fraudes bancárias
SBT Brasil
Os casos de estelionato mais que dobraram no país em três anos, impulsionados, principalmente, pela ação de criminosos nos meios digitais. A partir de furtos de celulares ou de golpes, quadrilhas roubam dados pessoais para realizar empréstimos e fraudes bancárias.
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O celular da advogada Brenda Gomes foi roubado na rua, enquanto ela estava numa ligação. Com o aparelho desbloqueado, os ladrões conseguiram entrar na conta bancária, redefinir a senha e levar 30 mil reais. Ela só recuperou o dinheiro após recorrer à justiça. "Tive que ajuizar uma ação, explicando que, sim, foi uma falha de sistema do banco porque eles permitiram o reset de senha por sms", contou.
Segundo o anuário brasileiro de segurança pública, no ano passado foram registrados 1.265.073 casos de estelionato no país, um crescimento de 179,9% em relação a 2018 e de 36,3% na comparação com 2020. Um dos destaques do levantamento é o crime de estelionato em meio eletrônico, que entrou no código penal em maio do ano passado. Foram registrados pelo menos 60.590 casos no país em 2021, mas esses números podem ser bem maiores, porque nove estados não enviaram dados.
O pesquisador do fórum brasileiro de segurança pública, Rafael Alcadipani, afirma que "esse é um tipo de crime que gera muitos frutos para os criminosos". "Mesmo quando ele é investigado, a polícia não tem os meios tecnológicos e os meios de pessoal, com conhecimento tecnológico suficiente", afirma.
Segundo os especialistas, a pandemia acelerou os crimes cometidos de forma digital e, junto com eles, os furtos de celulares. Em 2021 foram 847.313. Para evitar que os criminosos se apropriem de dados pessoais, é preciso tomar alguns cuidados. "Não cliquem em links desconhecidos, não baixem arquivos desconhecidos, não emprestem celular e notebbok para pessoas desconhecidas. Uma série de vírus, uma série de ataques começam sendo feitos ali para sequestrar os dados dela e aí utilizar do jeito que eles querem e eles podem", alerta Paulo Rogério Rita, especialista em gerenciamento de crises.
Depois do susto, Brenda está mais precavida: "nada de aplicativo de banco digital, não tenho mais nenhum no celular. Todos ficam em casa em outro aparelho".