Eleições
Covas culpa aquecimento global por enchentes em SP; leia entrevista na íntegra
Sétimo entrevistado da série com os candidatos à Prefeitura de São Paulo, o tucano falou sobre problema crônico da cidade
Mariana Zylberkan
• Atualizado em
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Sétimo entrevistado da série do SBT News com os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), que tenta a reeleição, culpou o aquecimento global pelas recorrentes ocorrências de enchentes na cidade. "A quantidade de pancadas de chuva, de chuvas rápidas, intensas, fortes durante o dia e às vezes, até mesmo, fora do período de verão, tem aumentado ao longo dos últimos anos quando comparado a anos anteriores, exatamente como uma das decorrências do aquecimento global", disse.
Leia abaixo a entrevista do candidato ao SBT News, na íntegra, aos jornalistas Simone Queiroz e Fabio Diamante - ou, se preferir, assista em vídeo.
SBT News: Candidato, minha primeira pergunta é sobre a revelação grave de que o seu candidato a vice, o vereador Ricardo Nunes, do MDB, foi acusado de violência doméstica contra a própria esposa e ameaça, em 2011 - com quem ele continua casado, por sinal. Candidato, eu lhe pergunto como o senhor vai tratar de temas como este - violência contra a mulher - com um vice desse ao seu lado. O senhor vai mantê-lo na sua chapa? E se o senhor puder dizer, para a gente entender um pouquinho a indicação do Ricardo Nunes: ela é sua? É uma escolha sua? Ou passou pelo governador João Doria?
Bruno Covas: Bom, primeiro dizer que é inaceitável qualquer tipo de violência, é inaceitável a violência doméstica, e não concordo com aqueles outros candidatos que acham que o poder público não precisa interferir em casos de violência doméstica. Muito pelo contrário, a gente teve uma série de ações ao longo desses últimos anos, que vêm exatamente no sentido de dar mais proteção à mulher. Nós ampliamos a ação da Lei da Ação Protetiva Maria da Penha, da Guarda Civil Metropolitana, para todos os cantos da cidade de São Paulo. Nós temos hoje mulheres sob a proteção da legislação, que tem à sua disposição um botão de pânico, com equipes especializadas da GCM, que fazem esse atendimento. Nós reabrimos um abrigo sigiloso aqui na cidade de São Paulo, para poder atender e acolher essas mulheres. E aprovamos na Câmara Municipal um projeto de lei que autoriza a prefeitura a exigir das empresas que prestam serviço à Prefeitura de São Paulo cota para vagas de trabalho para mulheres vítimas de violência, para poder cortar essa relação financeira que muitas vezes ela tem com o seu próprio agressor.
Os dois, tanto o Ricardo quanto a Regina, disseram que nada disso aconteceu, que foi apenas um desentendimento do casal, eles negaram esse tipo de denúncia. Então, por tanto, é uma questão esclarecida pelos dois. A escolha [pelo vice] se deu dentro dos partidos coligados, é uma escolha minha, da minha responsabilidade. Ninguém impôs a escolha do candidato Ricardo Nunes. Aliás, todos os partidos, que colocaram com condição indicar um nome a vice, não fizeram parte da nossa coligação. Então nós, primeiro, fechamos uma coligação de onze partidos com a possibilidade de indicar o vice, mas sem colocar isso como condição, e assim que a gente fechou. Eu escolhi ele para representar esse arco de alianças a favor da cidade de São Paulo.
E ele está mantido? O senhor não vê incompatibilidade nenhuma?
Não vejo, porque não há nenhuma denúncia, não há nada que comprove que isso efetivamente aconteceu. Os dois envolvidos negam que isso tenha acontecido, tanto ele quanto ela.
Candidato, depois de uma denúncia como essa, é legítima a preocupação do eleitor sobre ao cumprimento do seu mandato. Eu pergunto: o senhor vai cumprir o mandato, caso seja reeleito, até o final? O senhor vai manter a tradição de prefeitos do PSDB que abandonam a prefeitura para concorrer ao governo do Estado?
Vou cumprir o meu mandato pelos próximos quatro anos. A população tem visto quem tem feito desta campanha um terceiro turno de 2018, e quem está preocupado com a eleição de um governo do Estado e governo federal. Eu estou tratando nessa eleição dos temas da cidade de São Paulo. Não estou estadualizando ou nacionalizando a disputa, porque o meu interesse não é em relação ao governo do Estado ou à Presidência da República. O meu interesse é continuar governando a cidade pelos próximos quatro anos, e também para aproveitar para dizer que estou muito bem de saúde, portanto, vou ter saúde para poder governar a cidade pelos próximos quatro anos.
É isso que eu ia perguntar para o senhor. O senhor tem dado bastante destaque para a sua luta contra o câncer na sua propaganda eleitoral. Eu queria saber como está a saúde do senhor, e o que os médicos dizem. O senhor está forte para encarar quatro anos intensos, certamente, no comando da maior cidade do país?
Olha, passei durante a fase do meu tratamento no comando da cidade na maior crise sanitária dos últimos 100 anos. A quimioterapia fez sumir dois dos três tumores, a imunoterapia está reduzindo o tumor que restou. Vou continuar a me tratar. Os médicos, otimistas, completamente. Estou completamente liberado para poder trabalhar, para poder fazer campanha, para disputar essa eleição. Fiz um novo check up em agosto, já próximo do período das convenções partidárias. Estou completamente liberado, todos os meus médicos estão à disposição da imprensa; vários deles já, inclusive, atenderam jornalistas e, portanto, já demonstraram que não há nenhum problema, nada que aponte qualquer indício de que há qualquer restrição em relação a minha saúde para poder enfrentar essa eleição e para poder governar a cidade pelos próximos quatro anos.
A doença me deixou muito mais humano, muito mais preocupado com a população. Eu vi de perto o que é a dificuldade de saber se você vai conseguir tratamentos, se você vai conseguir vencer a doença. Não é por acaso que nós criamos o corujão do câncer na cidade de São Paulo, que reduziu a fila e acabou com a fila do câncer para alguns tipos de tratamento aqui na cidade de São Paulo. Zeramos a fila da colonoscopia. Não tenho a menor dúvida de que a saúde foi uma das maiores conquistas que nós realizamos ao longo desses anos, e que vai continuar ser um grande foco de atenção na nossa próxima gestão.
Candidato, o senhor está no centro da cidade. Está chovendo aí?
Aqui está chuviscando.
Certo. Bom, nos últimos dias, a gente tem visto que a chuva forte tem deixado alguns bairros com enchentes. Aliás, é um pouco normal. A gente já sabe que, quando chove, em alguns locais vai encher, vai ter problema pra circulação das pessoas. Eu pergunto ao senhor: uma medida eficiente para acabar de uma vez por todas com enchentes em São Paulo, essa medida vai ficar só para a próxima gestão? O senhor pretende fazer alguma coisa efetiva que não seja só ver buraco, podar árvores? O que o senhor pretende fazer que tenha deixado pra próxima [gestão] e que não tenha feito nessa?
Vocês devem ter visto que essas enchentes têm diminuído rapidamente e que, às vezes, no mesmo dia, a gente consegue devolver o espaço para as pessoas voltarem a transitar. Isso porque nós ampliamos em oito novos piscinões aqui na cidade de São Paulo. Eram 24. Já são 32. Nós temos mais cinco que começam a funcionar ainda neste ano. Então a cidade tinha 24, nós vamos entregar 13 durante esses quatro anos. É praticamente metade de tudo o que foi feito em 460 anos de história na cidade de São Paulo.
Vamos continuar a investir para poder dar a resposta o mais rápido possível à população. Melhorar a capacidade de resposta que a cidade tem para poder enfrentar esse tema que é, inclusive, decorrência do próprio aquecimento global. A quantidade de pancadas de chuva, de chuvas rápidas, intensas, fortes durante o dia e às vezes, até mesmo, fora do período de verão, têm aumentado ao longo dos últimos anos, quando comparado a anos anteriores, exatamente como uma das decorrências do aquecimento global. Vamos continuar a apostar na construção de piscinões para dar mais vazão a essa água na cidade de São Paulo.
Candidato, vamos falar de Educação. A crise, acho que é sem precedentes na Educação. As aulas online, elas de fato não alcançaram a totalidade dos alunos e isso criou um sério problema. O senhor anunciou a compra de 465 mil tablets com acesso à internet para os alunos da rede pública.; 100 mil tablets, mais ou menos, seriam entregues agora no finzinho do ano, pouquinho antes da eleição. Como é que o senhor vê a afirmação que tem sido feita, inclusive por adversários do senhor, de que essa foi uma ação eleitoreira por parte do senhor, porque essa é uma medida que poderia ter sido tomada antes? Lá atrás eu acompanhava de perto com o senhor nas coletivas do governo. Em maio, junho, já se percebeu esse problema. Por que o senhor não anunciou antes, para decidir agora no finzinho do ano?
Bom, primeiro, é natural que os meus adversários queiram tornar todas as medidas que a gente tenha frente à Prefeitura de São Paulo como medidas eleitoreiras, querendo reduzir, diminuir a importância dessas medidas. Segundo, a gente vem desde março analisando o orçamento da cidade de São Paulo porque, desde março, não sabia exatamente qual era o comportamento que a pandemia teria, o quanto que a gente teria de perda de receita tributária aqui na cidade São Paulo. E agora, com mais clareza em relação ao orçamento deste ano, a gente tem a tranquilidade de saber que nós vamos ter recursos em caixa para poder comprar esses equipamentos.
Estamos falando de um gasto aí de mais de R$ 250 milhões de reais pra poder comprar todos esses tablets, todos com acesso à internet. Hoje mesmo, o Tribunal de Contas liberou a prefeitura para poder comprar esses equipamentos. São equipamentos importantes não apenas agora durante a pandemia, mas também depois porque, com esses equipamentos, nós vamos poder fazer o contraturno escolar e, portanto, ter aula em período integral. A parte do turno dentro das escolas, de forma presencial, quando autorizado pela Vigilância Sanitária; e o contraturno também com a utilização desses equipamentos. Então o equipamento é importante não apenas nesse momento de pandemia, mas também no pós-pandemia para poder recuperar o conteúdo pedagógico que foi perdido neste ano de 2020.
Candidato, a entrega então de 100 mil tablets às vésperas do primeiro turno é uma coincidência?
Olha, a gente não vai deixar de governar a cidade até 31 de dezembro. Eu não vou deixar de governar durante este semestre de 2020 só porque os meus adversários entendem que é uma questão eleitoreira. Tudo que a gente faz pode ser entendido por uma questão eleitoreira por aquele que quer reduzir a importância destas ações; mas é importante para essas crianças, e é importante para os alunos. Nós vamos continuar a governar independente da questão e do calendário eleitoral.
Candidato, outra crítica que se faz ao senhor envolvendo essa questão eleitoreira tem relação com o programa de transferência de renda com o qual o senhor tem acenado nos últimos dias, seja o programa do vereador Suplicy, seja o projeto que o senhor enviou à Câmara. A pergunta é: por que que o senhor não fez isso antes? Porque a miséria em São Paulo, pessoas que já vivem indignamente, já estavam aí. Por que o senhor, talvez, não tenha pensado, pelo menos nisso, lá no início da pandemia, quando a gente viu tanta gente perder o emprego?
Bom, primeiro, eu não mandei nenhum projeto à Câmara. Está sendo discutido um projeto na Câmara Municipal que é uma complementação ao auxílio federal, que agora foi reduzido de R$ 600 para R$ 300.
Nós criamos, sim, um programa de transferência de renda. 770 mil crianças receberam um cartão alimentação com recursos que nós enviamos aos pais para que eles pudessem comprar alimentos para todas as crianças que deixaram de frequentar as escolas aqui na cidade. De novo: a gente está agora complementando esta ação do governo federal, que muito recentemente decidiu reduzir de R$ 600 para R$ 300. Razão pela qual, só agora nesse instante, é que é possível votar um projeto para poder complementar, dada essa decisão recente do governo federal de reduzir de R$ 600 para R$ 300 reais.
De novo: a gente fez tudo isso com a cautela de que nós vamos chegar no fim do ano sem dever nada a ninguém, sem deixar de pagar o funcionalismo público, sem deixar de pagar 13º [salário], sem deixar de pagar fornecedor na cidade de São Paulo. Todas as decisões tomadas foram as decisões tomadas com a cautela de respeitar o orçamento público e de não aumentar a despesa, a dívida, da cidade de São Paulo.
Candidato, vamos falar de transporte. O senhor está satisfeito com a qualidade do transporte que é oferecido para as pessoas na cidade de São Paulo? O senhor acha o transporte público bom, de ônibus?
Não estou satisfeito. É uma pena que a gente ficou tantos anos em contratos emergenciais aqui na cidade de São Paulo. No ano passado a gente conseguiu finalmente assinar os novos contratos [com as empresas de ônibus] com duração de 15 anos, o que permite agora a gente solicitar e tornar mais forte a presença, a cobrança, com as empresas que prestam serviço para que a gente possa ter uma renovação de toda frota, a reorganização das linhas, para poder dar mais segurança, dar mais conforto à população e a reorganização das linhas para diminuir o tempo que as pessoas levam de casa até o trabalho. É uma pena que os contratos tenham ficado tanto tempo emergenciais.
Candidato, o orçamento do ano que vem está apertado, e o setor já reclama de que houve uma queda no movimento por causa da pandemia, e o setor já prevê aí a necessidade de um aumento do subsídio ou da tarifa. Vai aumentar a tarifa em São Paulo? Essa é uma decisão que o senhor toma antes da eleição ou o senhor espera a eleição para decidir?
A gente ainda vai analisar a projeção do ano que vem, até porque nós estamos semanalmente ampliando a quantidade de demanda de ônibus na cidade de São Paulo. Já estamos chegando próximo a 60% da quantidade de passageiros. Até alguns dias atrás, era menos de 55% desta demanda. Então esse número está acompanhando semanalmente a cada nova fase do Plano São Paulo, em que as atividades vão sendo liberadas aqui na cidade, em que o prazo de funcionamento dos bares, restaurantes, dos shopping centers, dos estabelecimentos comerciais vem ampliando. Vem ampliando também a demanda por ônibus na cidade de São Paulo. Então esse número em relação ao ano que vem ainda é muito cedo para poder projetar. Mas a nossa perspectiva é chegar no ano que vem com a mesma previsão de subsídio que a gente tinha para este ano de 2020. Algo em torno de R$ 2,3 bilhões.
Candidato, a gente percebe que o senhor tem feito um esforço muito grande para ficar à margem da rivalidade que existia, e é notória, entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador João Dória, né. A impressão que os analistas têm é que o senhor está tentando perder popularidade entre aqueles que gostam do presidente Jair Bolsonaro. Eu pergunto, senhor: qual é o melhor cabo eleitoral, ou o pior? Bolsonaro ou Doria?
A população daqui não está antecipando a eleição de 2022. A população quer saber dos problemas da cidade de São Paulo. Quem faz disputa em relação a cabo eleitoral, eu não tenho a menor dúvida, vai quebrar a cara. Porque não é isso que a população quer saber. A população quer saber o que fez pela cidade de São Paulo, o que quer fazer pela cidade de São Paulo. Ela está preocupada com o remédio no posto de saúde, ela está preocupada com a vaga em creche, ela está preocupada com as questões da cidade de São Paulo. Não se trata aqui de nacionalizar a eleição. Então, portanto, essa não é uma disputa entre João Doria e Bolsonaro. Essa é uma disputa minha com os outros 13 candidatos e candidatas a prefeito de São Paulo.
Candidato, a gente está chegando no finalzinho, mas eu queria fazer uma pergunta para o senhor sobre a Cracolândia. A gente tem percebido de forma muito clara um certo esvaziamento dos projetos ali na Cracolândia. Agentes de saúde, agentes sociais têm sido demitidos. Inclusive a violência aumentou lá e os agentes de saúde relatam para a gente que tem medo de se aproximar do fluxo do crack como faziam antes. Eu pessoalmente estive lá recentemente e vi que imóveis voltaram a ser usados irregularmente para pessoas que moram em uma situação de risco absurda. O que está acontecendo lá? falta dinheiro, a prefeitura desistiu? O que acontece na Cracolândia?
Fabio [Diamante, repórter do SBT], se você esteve lá, você viu que na semana passada nós começamos o processo de demolição das quadras 37 e 38. Um processo que vem sendo discutido há 10 anos em parceria com o governo do estado na revitalização daquele local. Não há nenhuma diminuição de presença do poder público da prefeitura ali. A gente continua com as ações na área social, de acolhimento, de redução de danos, de troca de roupa, de alimentação, as ações na área da saúde com tratamento individualizado para cada caso. O médico recomenda qual é o tratamento adequado, a gente persiste com a presença policial, GCM, Polícia Militar, e a gente tem também o programa para aqueles que passam do tratamento para aqueles que têm orientação médica, poder ter uma bolsa pra poder voltar ao mercado de trabalho e ter a porta de saída. Nós continuamos a persistir.
A presença da prefeitura incomoda. Volta e meia o tráfico organiza manifestações e eu tenho certeza de que essa persistência nesse trabalho amplo, com assistência, saúde, geração de emprego e renda, e segurança pública que dá resultado para esse tema. Quem tem dentro de casa alguém que depende de álcool e droga sabe a dificuldade que é poder tratar uma pessoa assim. Mas a prefeitura vai continuar a persistir, e não há nenhuma redução de recursos no investimento que nós fazemos lá naquele espaço.
Candidato, está acabando o tempo. Vamos tentar mais uma pergunta rapidinho, com uma resposta rápida também. Para quem tentará a reeleição, os feitos do primeiro mandato são a grande vitrine. Eu pergunto para o senhor: o que o senhor pode botar na vitrine da sua da sua gestão, se os primeiros dois anos não foram os seus, foram de Dória. O ano passado teve uma crise econômica no país e este ano tem a pandemia. O que o senhor coloca na vitrine da sua gestão?
Nesses quatro anos nós entregamos 12 novos CEUS [Centro Educacional Unificado], oito novos hospitais definitivos aqui na cidade de São Paulo, a cidade não inaugurou nenhum desde 2007. 25 mil unidades habitacionais. 1,6 milhão metros quadrados de calçadas reformadas. 85 mil vagas em creche, recorde na história da cidade de São Paulo. Dez novos parques. O maior Carnaval e a maior Virada Cultural da cidade de São Paulo. Onde e em qualquer área a gente tem muito para mostrar e muito foi feito. Reduzirmos burocracia, apostamos na informatização. A cidade de São Paulo hoje é uma cidade melhor do que nós encontramos em janeiro de 2017.
Candidato, a gente está com o tempo esgotado. Eu queria que você fizesse rapidamente as suas considerações finais.
Eu queria agradecer ao SBT pela oportunidade. Eu nasci em Santos, vim morar em São Paulo aos 14 anos de idade. Sou advogado formado pela USP, economista formado pela PUC. Fui deputado estadual, deputado federal, secretário de estado do Meio Ambiente, e há 2 anos e meio, prefeito da cidade de São Paulo. Amo essa cidade, acredito na política, e quero continuar a ser prefeito para continuar a reduzir a desigualdade social aqui na cidade de São Paulo. Muito obrigado, boa eleição, peço a sua confiança, peço o seu voto.
Leia abaixo a entrevista do candidato ao SBT News, na íntegra, aos jornalistas Simone Queiroz e Fabio Diamante - ou, se preferir, assista em vídeo.
SBT News: Candidato, minha primeira pergunta é sobre a revelação grave de que o seu candidato a vice, o vereador Ricardo Nunes, do MDB, foi acusado de violência doméstica contra a própria esposa e ameaça, em 2011 - com quem ele continua casado, por sinal. Candidato, eu lhe pergunto como o senhor vai tratar de temas como este - violência contra a mulher - com um vice desse ao seu lado. O senhor vai mantê-lo na sua chapa? E se o senhor puder dizer, para a gente entender um pouquinho a indicação do Ricardo Nunes: ela é sua? É uma escolha sua? Ou passou pelo governador João Doria?
Bruno Covas: Bom, primeiro dizer que é inaceitável qualquer tipo de violência, é inaceitável a violência doméstica, e não concordo com aqueles outros candidatos que acham que o poder público não precisa interferir em casos de violência doméstica. Muito pelo contrário, a gente teve uma série de ações ao longo desses últimos anos, que vêm exatamente no sentido de dar mais proteção à mulher. Nós ampliamos a ação da Lei da Ação Protetiva Maria da Penha, da Guarda Civil Metropolitana, para todos os cantos da cidade de São Paulo. Nós temos hoje mulheres sob a proteção da legislação, que tem à sua disposição um botão de pânico, com equipes especializadas da GCM, que fazem esse atendimento. Nós reabrimos um abrigo sigiloso aqui na cidade de São Paulo, para poder atender e acolher essas mulheres. E aprovamos na Câmara Municipal um projeto de lei que autoriza a prefeitura a exigir das empresas que prestam serviço à Prefeitura de São Paulo cota para vagas de trabalho para mulheres vítimas de violência, para poder cortar essa relação financeira que muitas vezes ela tem com o seu próprio agressor.
Os dois, tanto o Ricardo quanto a Regina, disseram que nada disso aconteceu, que foi apenas um desentendimento do casal, eles negaram esse tipo de denúncia. Então, por tanto, é uma questão esclarecida pelos dois. A escolha [pelo vice] se deu dentro dos partidos coligados, é uma escolha minha, da minha responsabilidade. Ninguém impôs a escolha do candidato Ricardo Nunes. Aliás, todos os partidos, que colocaram com condição indicar um nome a vice, não fizeram parte da nossa coligação. Então nós, primeiro, fechamos uma coligação de onze partidos com a possibilidade de indicar o vice, mas sem colocar isso como condição, e assim que a gente fechou. Eu escolhi ele para representar esse arco de alianças a favor da cidade de São Paulo.
E ele está mantido? O senhor não vê incompatibilidade nenhuma?
Não vejo, porque não há nenhuma denúncia, não há nada que comprove que isso efetivamente aconteceu. Os dois envolvidos negam que isso tenha acontecido, tanto ele quanto ela.
Candidato, depois de uma denúncia como essa, é legítima a preocupação do eleitor sobre ao cumprimento do seu mandato. Eu pergunto: o senhor vai cumprir o mandato, caso seja reeleito, até o final? O senhor vai manter a tradição de prefeitos do PSDB que abandonam a prefeitura para concorrer ao governo do Estado?
Vou cumprir o meu mandato pelos próximos quatro anos. A população tem visto quem tem feito desta campanha um terceiro turno de 2018, e quem está preocupado com a eleição de um governo do Estado e governo federal. Eu estou tratando nessa eleição dos temas da cidade de São Paulo. Não estou estadualizando ou nacionalizando a disputa, porque o meu interesse não é em relação ao governo do Estado ou à Presidência da República. O meu interesse é continuar governando a cidade pelos próximos quatro anos, e também para aproveitar para dizer que estou muito bem de saúde, portanto, vou ter saúde para poder governar a cidade pelos próximos quatro anos.
É isso que eu ia perguntar para o senhor. O senhor tem dado bastante destaque para a sua luta contra o câncer na sua propaganda eleitoral. Eu queria saber como está a saúde do senhor, e o que os médicos dizem. O senhor está forte para encarar quatro anos intensos, certamente, no comando da maior cidade do país?
Olha, passei durante a fase do meu tratamento no comando da cidade na maior crise sanitária dos últimos 100 anos. A quimioterapia fez sumir dois dos três tumores, a imunoterapia está reduzindo o tumor que restou. Vou continuar a me tratar. Os médicos, otimistas, completamente. Estou completamente liberado para poder trabalhar, para poder fazer campanha, para disputar essa eleição. Fiz um novo check up em agosto, já próximo do período das convenções partidárias. Estou completamente liberado, todos os meus médicos estão à disposição da imprensa; vários deles já, inclusive, atenderam jornalistas e, portanto, já demonstraram que não há nenhum problema, nada que aponte qualquer indício de que há qualquer restrição em relação a minha saúde para poder enfrentar essa eleição e para poder governar a cidade pelos próximos quatro anos.
A doença me deixou muito mais humano, muito mais preocupado com a população. Eu vi de perto o que é a dificuldade de saber se você vai conseguir tratamentos, se você vai conseguir vencer a doença. Não é por acaso que nós criamos o corujão do câncer na cidade de São Paulo, que reduziu a fila e acabou com a fila do câncer para alguns tipos de tratamento aqui na cidade de São Paulo. Zeramos a fila da colonoscopia. Não tenho a menor dúvida de que a saúde foi uma das maiores conquistas que nós realizamos ao longo desses anos, e que vai continuar ser um grande foco de atenção na nossa próxima gestão.
Candidato, o senhor está no centro da cidade. Está chovendo aí?
Aqui está chuviscando.
Certo. Bom, nos últimos dias, a gente tem visto que a chuva forte tem deixado alguns bairros com enchentes. Aliás, é um pouco normal. A gente já sabe que, quando chove, em alguns locais vai encher, vai ter problema pra circulação das pessoas. Eu pergunto ao senhor: uma medida eficiente para acabar de uma vez por todas com enchentes em São Paulo, essa medida vai ficar só para a próxima gestão? O senhor pretende fazer alguma coisa efetiva que não seja só ver buraco, podar árvores? O que o senhor pretende fazer que tenha deixado pra próxima [gestão] e que não tenha feito nessa?
Vocês devem ter visto que essas enchentes têm diminuído rapidamente e que, às vezes, no mesmo dia, a gente consegue devolver o espaço para as pessoas voltarem a transitar. Isso porque nós ampliamos em oito novos piscinões aqui na cidade de São Paulo. Eram 24. Já são 32. Nós temos mais cinco que começam a funcionar ainda neste ano. Então a cidade tinha 24, nós vamos entregar 13 durante esses quatro anos. É praticamente metade de tudo o que foi feito em 460 anos de história na cidade de São Paulo.
Vamos continuar a investir para poder dar a resposta o mais rápido possível à população. Melhorar a capacidade de resposta que a cidade tem para poder enfrentar esse tema que é, inclusive, decorrência do próprio aquecimento global. A quantidade de pancadas de chuva, de chuvas rápidas, intensas, fortes durante o dia e às vezes, até mesmo, fora do período de verão, têm aumentado ao longo dos últimos anos, quando comparado a anos anteriores, exatamente como uma das decorrências do aquecimento global. Vamos continuar a apostar na construção de piscinões para dar mais vazão a essa água na cidade de São Paulo.
Candidato, vamos falar de Educação. A crise, acho que é sem precedentes na Educação. As aulas online, elas de fato não alcançaram a totalidade dos alunos e isso criou um sério problema. O senhor anunciou a compra de 465 mil tablets com acesso à internet para os alunos da rede pública.; 100 mil tablets, mais ou menos, seriam entregues agora no finzinho do ano, pouquinho antes da eleição. Como é que o senhor vê a afirmação que tem sido feita, inclusive por adversários do senhor, de que essa foi uma ação eleitoreira por parte do senhor, porque essa é uma medida que poderia ter sido tomada antes? Lá atrás eu acompanhava de perto com o senhor nas coletivas do governo. Em maio, junho, já se percebeu esse problema. Por que o senhor não anunciou antes, para decidir agora no finzinho do ano?
Bom, primeiro, é natural que os meus adversários queiram tornar todas as medidas que a gente tenha frente à Prefeitura de São Paulo como medidas eleitoreiras, querendo reduzir, diminuir a importância dessas medidas. Segundo, a gente vem desde março analisando o orçamento da cidade de São Paulo porque, desde março, não sabia exatamente qual era o comportamento que a pandemia teria, o quanto que a gente teria de perda de receita tributária aqui na cidade São Paulo. E agora, com mais clareza em relação ao orçamento deste ano, a gente tem a tranquilidade de saber que nós vamos ter recursos em caixa para poder comprar esses equipamentos.
Estamos falando de um gasto aí de mais de R$ 250 milhões de reais pra poder comprar todos esses tablets, todos com acesso à internet. Hoje mesmo, o Tribunal de Contas liberou a prefeitura para poder comprar esses equipamentos. São equipamentos importantes não apenas agora durante a pandemia, mas também depois porque, com esses equipamentos, nós vamos poder fazer o contraturno escolar e, portanto, ter aula em período integral. A parte do turno dentro das escolas, de forma presencial, quando autorizado pela Vigilância Sanitária; e o contraturno também com a utilização desses equipamentos. Então o equipamento é importante não apenas nesse momento de pandemia, mas também no pós-pandemia para poder recuperar o conteúdo pedagógico que foi perdido neste ano de 2020.
Candidato, a entrega então de 100 mil tablets às vésperas do primeiro turno é uma coincidência?
Olha, a gente não vai deixar de governar a cidade até 31 de dezembro. Eu não vou deixar de governar durante este semestre de 2020 só porque os meus adversários entendem que é uma questão eleitoreira. Tudo que a gente faz pode ser entendido por uma questão eleitoreira por aquele que quer reduzir a importância destas ações; mas é importante para essas crianças, e é importante para os alunos. Nós vamos continuar a governar independente da questão e do calendário eleitoral.
Candidato, outra crítica que se faz ao senhor envolvendo essa questão eleitoreira tem relação com o programa de transferência de renda com o qual o senhor tem acenado nos últimos dias, seja o programa do vereador Suplicy, seja o projeto que o senhor enviou à Câmara. A pergunta é: por que que o senhor não fez isso antes? Porque a miséria em São Paulo, pessoas que já vivem indignamente, já estavam aí. Por que o senhor, talvez, não tenha pensado, pelo menos nisso, lá no início da pandemia, quando a gente viu tanta gente perder o emprego?
Bom, primeiro, eu não mandei nenhum projeto à Câmara. Está sendo discutido um projeto na Câmara Municipal que é uma complementação ao auxílio federal, que agora foi reduzido de R$ 600 para R$ 300.
Nós criamos, sim, um programa de transferência de renda. 770 mil crianças receberam um cartão alimentação com recursos que nós enviamos aos pais para que eles pudessem comprar alimentos para todas as crianças que deixaram de frequentar as escolas aqui na cidade. De novo: a gente está agora complementando esta ação do governo federal, que muito recentemente decidiu reduzir de R$ 600 para R$ 300. Razão pela qual, só agora nesse instante, é que é possível votar um projeto para poder complementar, dada essa decisão recente do governo federal de reduzir de R$ 600 para R$ 300 reais.
De novo: a gente fez tudo isso com a cautela de que nós vamos chegar no fim do ano sem dever nada a ninguém, sem deixar de pagar o funcionalismo público, sem deixar de pagar 13º [salário], sem deixar de pagar fornecedor na cidade de São Paulo. Todas as decisões tomadas foram as decisões tomadas com a cautela de respeitar o orçamento público e de não aumentar a despesa, a dívida, da cidade de São Paulo.
Candidato, vamos falar de transporte. O senhor está satisfeito com a qualidade do transporte que é oferecido para as pessoas na cidade de São Paulo? O senhor acha o transporte público bom, de ônibus?
Não estou satisfeito. É uma pena que a gente ficou tantos anos em contratos emergenciais aqui na cidade de São Paulo. No ano passado a gente conseguiu finalmente assinar os novos contratos [com as empresas de ônibus] com duração de 15 anos, o que permite agora a gente solicitar e tornar mais forte a presença, a cobrança, com as empresas que prestam serviço para que a gente possa ter uma renovação de toda frota, a reorganização das linhas, para poder dar mais segurança, dar mais conforto à população e a reorganização das linhas para diminuir o tempo que as pessoas levam de casa até o trabalho. É uma pena que os contratos tenham ficado tanto tempo emergenciais.
Candidato, o orçamento do ano que vem está apertado, e o setor já reclama de que houve uma queda no movimento por causa da pandemia, e o setor já prevê aí a necessidade de um aumento do subsídio ou da tarifa. Vai aumentar a tarifa em São Paulo? Essa é uma decisão que o senhor toma antes da eleição ou o senhor espera a eleição para decidir?
A gente ainda vai analisar a projeção do ano que vem, até porque nós estamos semanalmente ampliando a quantidade de demanda de ônibus na cidade de São Paulo. Já estamos chegando próximo a 60% da quantidade de passageiros. Até alguns dias atrás, era menos de 55% desta demanda. Então esse número está acompanhando semanalmente a cada nova fase do Plano São Paulo, em que as atividades vão sendo liberadas aqui na cidade, em que o prazo de funcionamento dos bares, restaurantes, dos shopping centers, dos estabelecimentos comerciais vem ampliando. Vem ampliando também a demanda por ônibus na cidade de São Paulo. Então esse número em relação ao ano que vem ainda é muito cedo para poder projetar. Mas a nossa perspectiva é chegar no ano que vem com a mesma previsão de subsídio que a gente tinha para este ano de 2020. Algo em torno de R$ 2,3 bilhões.
Candidato, a gente percebe que o senhor tem feito um esforço muito grande para ficar à margem da rivalidade que existia, e é notória, entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador João Dória, né. A impressão que os analistas têm é que o senhor está tentando perder popularidade entre aqueles que gostam do presidente Jair Bolsonaro. Eu pergunto, senhor: qual é o melhor cabo eleitoral, ou o pior? Bolsonaro ou Doria?
A população daqui não está antecipando a eleição de 2022. A população quer saber dos problemas da cidade de São Paulo. Quem faz disputa em relação a cabo eleitoral, eu não tenho a menor dúvida, vai quebrar a cara. Porque não é isso que a população quer saber. A população quer saber o que fez pela cidade de São Paulo, o que quer fazer pela cidade de São Paulo. Ela está preocupada com o remédio no posto de saúde, ela está preocupada com a vaga em creche, ela está preocupada com as questões da cidade de São Paulo. Não se trata aqui de nacionalizar a eleição. Então, portanto, essa não é uma disputa entre João Doria e Bolsonaro. Essa é uma disputa minha com os outros 13 candidatos e candidatas a prefeito de São Paulo.
Candidato, a gente está chegando no finalzinho, mas eu queria fazer uma pergunta para o senhor sobre a Cracolândia. A gente tem percebido de forma muito clara um certo esvaziamento dos projetos ali na Cracolândia. Agentes de saúde, agentes sociais têm sido demitidos. Inclusive a violência aumentou lá e os agentes de saúde relatam para a gente que tem medo de se aproximar do fluxo do crack como faziam antes. Eu pessoalmente estive lá recentemente e vi que imóveis voltaram a ser usados irregularmente para pessoas que moram em uma situação de risco absurda. O que está acontecendo lá? falta dinheiro, a prefeitura desistiu? O que acontece na Cracolândia?
Fabio [Diamante, repórter do SBT], se você esteve lá, você viu que na semana passada nós começamos o processo de demolição das quadras 37 e 38. Um processo que vem sendo discutido há 10 anos em parceria com o governo do estado na revitalização daquele local. Não há nenhuma diminuição de presença do poder público da prefeitura ali. A gente continua com as ações na área social, de acolhimento, de redução de danos, de troca de roupa, de alimentação, as ações na área da saúde com tratamento individualizado para cada caso. O médico recomenda qual é o tratamento adequado, a gente persiste com a presença policial, GCM, Polícia Militar, e a gente tem também o programa para aqueles que passam do tratamento para aqueles que têm orientação médica, poder ter uma bolsa pra poder voltar ao mercado de trabalho e ter a porta de saída. Nós continuamos a persistir.
A presença da prefeitura incomoda. Volta e meia o tráfico organiza manifestações e eu tenho certeza de que essa persistência nesse trabalho amplo, com assistência, saúde, geração de emprego e renda, e segurança pública que dá resultado para esse tema. Quem tem dentro de casa alguém que depende de álcool e droga sabe a dificuldade que é poder tratar uma pessoa assim. Mas a prefeitura vai continuar a persistir, e não há nenhuma redução de recursos no investimento que nós fazemos lá naquele espaço.
Candidato, está acabando o tempo. Vamos tentar mais uma pergunta rapidinho, com uma resposta rápida também. Para quem tentará a reeleição, os feitos do primeiro mandato são a grande vitrine. Eu pergunto para o senhor: o que o senhor pode botar na vitrine da sua da sua gestão, se os primeiros dois anos não foram os seus, foram de Dória. O ano passado teve uma crise econômica no país e este ano tem a pandemia. O que o senhor coloca na vitrine da sua gestão?
Nesses quatro anos nós entregamos 12 novos CEUS [Centro Educacional Unificado], oito novos hospitais definitivos aqui na cidade de São Paulo, a cidade não inaugurou nenhum desde 2007. 25 mil unidades habitacionais. 1,6 milhão metros quadrados de calçadas reformadas. 85 mil vagas em creche, recorde na história da cidade de São Paulo. Dez novos parques. O maior Carnaval e a maior Virada Cultural da cidade de São Paulo. Onde e em qualquer área a gente tem muito para mostrar e muito foi feito. Reduzirmos burocracia, apostamos na informatização. A cidade de São Paulo hoje é uma cidade melhor do que nós encontramos em janeiro de 2017.
Candidato, a gente está com o tempo esgotado. Eu queria que você fizesse rapidamente as suas considerações finais.
Eu queria agradecer ao SBT pela oportunidade. Eu nasci em Santos, vim morar em São Paulo aos 14 anos de idade. Sou advogado formado pela USP, economista formado pela PUC. Fui deputado estadual, deputado federal, secretário de estado do Meio Ambiente, e há 2 anos e meio, prefeito da cidade de São Paulo. Amo essa cidade, acredito na política, e quero continuar a ser prefeito para continuar a reduzir a desigualdade social aqui na cidade de São Paulo. Muito obrigado, boa eleição, peço a sua confiança, peço o seu voto.
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