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Justiça

O caminho para um Brasil sustentável

Segundo o economista Eduardo Giannetti da Fonseca, "a ressaca é o juro do porre". Quase 201 anos da independência do Brasil, mudanças estruturais ainda são necessárias

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País precisa ajustar as contas públicas e aperfeiçoar o sistema de integridade para atingir um crescimento econômico sustentável nos próximos anos | Unsplash
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*Integridade e Desenvolvimento é uma coluna do Centro de Estudos em Integridade e Desenvolvimento (CEID) do Instituto Não Aceito Corrupção (INAC). Os artigos têm publicação semanal.

Não fomos capazes de superar todas as desigualdades decorrentes de uma abolição tardia da escravidão e não nos afastamos da tentação da embriaguez fiscal.

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Igualmente não fomos capazes de controlar as instituições a fim de evitar o uso do poder para autobenefícios e à aprovação de leis para acomodar interesses, conforme avaliação de Daron Acemoglu e James Robinson na obra "Por que as Nações Fracassam".

O país ainda não encontrou um caminho de competitividade internacional que compatibilize desenvolvimento econômico e social. 

O Brasil precisa ajustar as contas públicas e aperfeiçoar o sistema de integridade para atingir um crescimento econômico sustentável nos próximos anos. Através da eliminação de práticas fraudulentas, corrupção e desvios, é possível estabelecer um ambiente favorável e previsível para o crescimento econômico, proporcionando benefícios para os setores estratégicos da economia. Essa é a importância da integridade na governança pública e privada para promover o desenvolvimento econômico sustentável.

Embora o país tenha um grande potencial de crescimento, diversos gargalos limitam sua competitividade em comparação com outras nações. Um dos principais desafios é a infraestrutura precária, que dificulta o escoamento da produção e encarece os custos logísticos.

Para que o país possa alcançar um desenvolvimento econômico sustentável, é fundamental investir em transportes, portos, ferrovias, estradas e energia, a fim de garantir a eficiência e a competitividade das empresas brasileiras.

O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) anunciado no último dia 11 de agosto pelo Governo Federal promete R$ 1,68 trilhões de recursos públicos e privados para os próximos anos.

No entanto, erros do passado serão cometidos se o programa não for conduzido de forma transparente visando a geração de riqueza verde e sustentável, assim como por meio de um adequado controle do orçamento e dos gastos públicos. 

Além de investimentos em infraestrutura, uma educação inclusiva e a necessária equidade social, torna fundamental o aperfeiçoamento da governança; uma governança que integre os entes federados nas suas ações de desenvolvimento, promova cada vez mais a modernização do Estado e a desburocratização, tudo com transparência e a participação ativa da sociedade.

Outro aspecto que merece atenção é o sistema tributário brasileiro, conhecido por sua complexidade e elevada carga de impostos. Segundo estudo do Banco Mundial, o país ocupa a 184ª posição no ranking de facilidade para pagamento de impostos, o que prejudica a competitividade das empresas nacionais e afasta possíveis investidores.

É crucial o avanço na reforma fiscal de modo a simplificar e tornar mais transparente o sistema tributário, garantindo que as empresas possam operar de maneira eficiente e contribuir para o crescimento econômico. 

Nesse contexto, a integridade nos setores público e privado desempenha um papel estrutural para a superação desses gargalos. Um ambiente onde a corrupção é reduzida permitirá a eficiência nos investimentos em infraestrutura, eliminando desvios e garantindo que os recursos sejam direcionados de forma adequada.

Além disso, empresas que priorizam a ética e a transparência em suas práticas de negócios estão mais aptas a enfrentar os desafios impostos pelo mercado globalizado, atraindo investimentos e estabelecendo relações comerciais sólidas.

Pesquisas e referências internacionais também reforçam a importância da integridade na busca por um desenvolvimento econômico sustentável.

O Índice de Percepção de Corrupção (IPC) da Transparência Internacional, por exemplo, evidencia a relação inversa entre integridade e desenvolvimento econômico, demonstrando que países menos corruptos são mais atrativos para negócios e investimentos.

Portanto, é fundamental que o Brasil enfrente seus desafios e busque aprimorar sua integridade na governança pública e privada.

Investimentos em infraestrutura, simplificação do sistema tributário e reformas administrativas são medidas necessárias para tornar o país mais competitivo.

Além disso, é imprescindível que a ética e a transparência sejam valores enraizados na cultura empresarial e no próprio governo. Somente assim poderemos construir um Brasil melhor, onde a integridade seja o alicerce para o desenvolvimento sustentável, a prosperidade econômica e a justiça social.

*Integridade e Desenvolvimento é uma coluna do Centro de Estudos em Integridade e Desenvolvimento (CEID) do Instituto Não Aceito Corrupção (INAC). Os artigos têm publicação semanal.
Este texto reflete única e exclusivamente a opinião do(a) autor(a) e não representa a visão do Instituto Não Aceito Corrupção.
Esta coluna é uma parceria entre o SBT News e o Instituto Não Aceito Corrupção (INAC). 

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