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Justiça

Moraes manda PF tomar depoimento de delegado que investigou execução de Marielle

O ministro do STF deu dez dias para que a Polícia Federal ouça Giniton Lages, investigado por supostamente atrapalhar investigação do homicídio

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal (PF) interrogue, dentro de dez dias, o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro Giniton Lages, investigado por supostamente criar obstáculos à investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista dela, Anderson Gomes.

Foi a própria defesa de Giniton que pediu o depoimento. Segundo os advogados, será a oportunidade de a PF colher “elementos novos e substanciais, os quais certamente serão decisivos na elaboração do novo relatório final e, sobretudo, na formação do convencimento da Procuradoria-Geral da República”.

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“No último dia 25 de julho, o requerente [Giniton] completou exatos 4 (quatro) meses submetido a medidas cautelares diversas da prisão preventiva impostas no inquérito, não tendo a Polícia Federal, até o momento, demonstrado interesse de ouvi-lo sobre os supostos eventos que deram ensejo ao seu indiciamento”, escreveu a defesa, no pedido analisado por Moraes. Segundo os advogados, “uma apuração de tamanha envergadura e complexidade” é justo que o investigado tenho a chance de “prestar esclarecimentos a respeito do que lhe é imputado”.

A defesa fez o pedido no dia 26 de julho. Moraes atendeu a solicitação em decisão assinada na terça-feira (30).

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O miliciano Ronnie Lessa é assassino confesso de Marielle e Anderson Gomes. Na delação premiada, ele apresentou outros nomes à Polícia Civil. Todos negam envolvimento e levantam questionamentos sobre a delação de Lessa. Entre eles, o também delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa. Ele chegou a ser o chefe máximo da corporação enquanto a investigação sobre as mortes ainda estava sob responsabilidade da Polícia Civil, antes de ser federalizado no âmbito da PF.

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Barbosa teria ficado responsável por assegurar a impunidade dos envolvidos. O deputado federal Chiquinho Brazão e o irmão dele, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão são, segundo Lessa, os mandantes do assassinato de Marielle. Além de Barbosa e dos irmãos Brazão, o STF tornou réus Robson Calixto Fonseca, o "Peixe", ex-assessor de Domingos no TCE-RJ, e Ronald Pereira, o "Major Ronald", apontado na denúncia como um dos responsáveis pelo monitoramento de Marielle antes do crime.

O Ministério Público Federal, responsável pela acusação, ainda não ofereceu denúncia referente a Giniton.

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