Caroline Kennedy pede que senadores recusem nomeação de primo para saúde dos EUA
A diplomata disse que Robert F. Kennedy Jr. propaga opiniões falsas sobre vacinas e tem pretensão de lucrar em cima da indústria farmacêutica
Gabriella Rodrigues
Caroline Kennedy, filha do ex-presidente John F. Kennedy, enviou nesta semana uma carta ao Senado norte-americano pedindo a rejeição do primo dela, Robert F. Kennedy Jr., para o Departamento de Saúde e Serviços Humanos no governo de Donald Trump.
No documento, ela faz duras críticas ao histórico público e pessoal do primo, chamando-o de "predador" viciado em poder e destaca as opiniões controversas e polêmicas do advogado ambiental sobre vacinas como um fator determinante para que ele fique fora do cargo.
"Conheço o Bobby desde sempre, crescemos juntos. Não é de surpreender que ele tenha aves de rapina como animais de estimação, porque o próprio Bobby é um predador", declarou a embaixadora dos EUA na Austrália.
Caroline também destacou na carta que Robert F. Kennedy Jr. enriqueceu promovendo desinformação sobre as vacinas, enquanto vacinava os próprios filhos.
"Em outras palavras, ele está disposto a enriquecer negando acesso a uma vacina que pode prevenir quase todas as formas de câncer e que foi administrada com segurança a milhões de meninos e meninas", afirmou Caroline Kennedy.
Além das questões antivacinas apoiadas pelo primo, a filha do ex-presidente Kennedy também detalhou o envolvimento de Robert com drogas e episódios envolvendo crueldade com animais na juventude. O advogado já falou publicamente sobre seu histórico com heroína e foi condenado por porte da droga em 1984.
Caroline Kennedy encerrou a carta dizendo que seu pai, seu tio Robert F. Kennedy e Ted Kennedy, que dedicaram suas vidas ao serviço público, ficariam "enojados" com a trajetória do primo.
A embaixadora também publicou um vídeo no X, antigo Twitter, lendo o escrito elaborado para o órgão público. Ela é uma das personalidades políticas mais respeitadas pelo povo norte americano.
A sabatina
Na última quarta-feira (29), Robert compareceu a primeira audiência do Comitê de Finanças do Senado e foi confrontado durante três horas por parlamentares. O candidato a chefiar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos ainda passará por outra fase de entrevista de competência.
Durante a sabatina, Kennedy pareceu ter pouco conhecimento dos programas de saúde que são de supervisão da pasta e tentou se defender das acusações de ser antivacina.
O advogado ambiental de 71 anos também buscou tranquilizar senadores republicanos contrários ao aborto e destacou que que concorda com Trump ao afirmar que "todo aborto é uma tragédia".
