Mulheres são resgatadas de clínica de reabilitação clandestina na Baixada Fluminense
Segundo autoridades, algumas das pacientes estavam dopadas; polícia suspeita que elas sofriam abusos sexuais
Léo Sant'anna
13 mulheres foram resgatadas de uma clínica de reabilitação clandestina em Bagé, na Baixada Fluminense. Segundo autoridades, algumas delas estavam dopadas. A polícia suspeita que as pacientes sofriam abusos sexuais.
Deveria ser um espaço para o tratamento de mulheres com dependência química e transtornos mentais, como depressão e ansiedade, mas a clínica terapêutica, na região rural de Magé, tinha janelas com grades e, segundo a prefeitura da cidade, mantinha as pacientes isoladas e até dopadas.
"A aparência era de mulheres totalmente fragilizadas e não estavam no estado normal de consciência", diz Flávia Gomes, secretária de assistência social de Magé.
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Apesar de ser uma unidade exclusivamente feminina, foram encontrados preservativos masculinos no local. A suspeita é que as pacientes, com idades entre 22 e 62 anos, sofriam agressões físicas, além de abuso e assédio sexual.
A clínica não tinha alvará, mas funcionava há cinco meses. As irregularidades só foram descobertas depois que uma paciente conseguiu fugir e denunciou os abusos. A vigilância sanitária do município, então, interditou o local.
"É realmente um local insalubre, não tinha condições de tratar pacientes lá. Tinha muito sujeira no local. A cozinha também realmente não tinha condição nenhuma de higiene na cozinha", diz André Antônio Lopes, secretário de ordem pública de Magé.
10 vítimas foram levadas para um abrigo da prefeitura, duas recusaram atendimento e uma já retornou para a família. Elas já foram ouvidas pela Polícia Civil, que investiga o caso. O dono da clínica também prestou depoimento e foi liberado. Ele poderá ser indicado por sequestro, cárcere privado, abuso sexual e prática ilegal da medicina.
As autoridades fizeram um alerta sobre os cuidados que familiares de pacientes devem ter ao escolher uma clínica de reabilitação, como conferir se o local é cadastrado junto aos órgãos de saúde e competentes, além de médicos, enfermeiros e psiquiatras formados.
O SBT tentou contato com dono da clínica, mas não obteve resposta.