Traficantes que extorquem comerciantes do Complexo da Maré são alvo de operação
Criminosos, que integram facção do Espírito Santo, movimentaram R$ 43 milhões em menos de um ano
Emanuelle Menezes
Policiais do Rio de Janeiro e do Espírito Santo fazem uma operação, na manhã desta quarta-feira (29), para tentar prender integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP) capixaba que se estabeleceram no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. O esquema de extorsão e de lavagem de dinheiro gerenciado por eles movimentou R$ 43 milhões em menos de um ano (entenda abaixo).
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No início da manhã, a Avenida Brasil – uma das principais vias da cidade – ficou fechada por cerca de 30 minutos, por causa do intenso tiroteio. Barricadas com fogo também foram montadas pelos criminosos. Até o momento, não há informações sobre feridos.
Além da ação na Maré, a operação "Conexão Perdida" cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão nos bairros cariocas de Bonsucesso, Campo Grande e Laranjeiras, e em comunidades de Vitória, no Espírito Santo.
Extorsão e lavagem de dinheiro
Segundo a subsecretaria de Inteligência do Espírito Santo, a facção criminosa extorquia funcionários de empresas provedoras de internet, água e gás, que só podiam atuar nas áreas controladas pelo TCP mediante o pagamento de mensalidades que chegavam a R$10 mil.
Além da extorsão de comerciantes, os criminosos também lavavam dinheiro por meio de contas bancárias, incluindo as de uma casa lotérica e de um "banco paralelo" – instituição financeira irregular que operava dentro do Complexo da Maré, oferecendo empréstimos para os moradores da comunidade.
As investigações sobre o esquema começaram em novembro de 2024, após a prisão do traficante Luan Gomes de Faria, em Vitória. Ele e o irmão, Bruno Gomes de Faria, são conhecidos como "Os irmãos Vera" e são os chefes do TCP no estado. Bruno se mudou para o Complexo da Maré após a prisão do irmão.
