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Política

A 5 dias da propaganda na TV, Nunes aposta em Bolsonaro e Boulos, em Marta, para frear Marçal

Atual prefeito terá quase o triplo do tempo do candidato do PSOL. Ex-coach está fora do horário eleitoral

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Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) | Montagem: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados; Rovena Rosa/Agência Brasil; e Reprodução/Youtube
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Diante do avanço de Pablo Marçal (PRTB) nas pesquisas de intenção de votos, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), irá apostar fichas na identificação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha de rádio e televisão que começa na sexta-feira (30). O emedebista terá quase o triplo do tempo de Guilherme Boulos (PSOL), que pretende colar a imagem em Marta Suplicy (PT), candidata a vice que tem entrada em zonas eleitorais ao sul da capital, como Grajaú e Parelheiros.

Marçal, por sua vez, não terá tempo no rádio e na televisão, pois o seu partido não tem representantes na Câmara dos Deputados. A divisão do tempo ficou assim, segundo os dados divulgados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na semana passada:

Tempo nas edições do horário eleitoral*

  • Ricardo Nunes: 6 minutos e 30 segundos
  • Guilherme Boulos: 2 minutos e 22 segundos
  • José Luis Datena: 35 segundos
  • Tabata Amaral: 30 segundos

* Para os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas, considerando cada edição, exibida de segunda a sábado em TV e rádio

A estratégia de Nunes se dá depois de uma reclamação formal dos aliados de Bolsonaro de que o prefeito estaria “escondendo” o ex-presidente na campanha. O próprio Bolsonaro fez acenos a Marçal, mas depois se arrependeu ao constatar o crescimento do ex-coach entre eleitores mais bolsonaristas.

No caso de Boulos há uma avaliação dos integrantes da campanha de que o candidato pode até mesmo ficar fora do segundo turno por causa do crescimento de Marçal e da ação de Nunes junto a Bolsonaro.

Mesmo sem tempo na TV e no rádio, Marçal tem usado as redes sociais de maneira agressiva, com suspeita de pagamento a pessoas por distribuição de conteúdo, o que poderia configurar abuso de poder econômico. A suspeita levou o juiz Antonio Maria Zorz, da 1ª Zona Eleitoral, a suspender temporariamente os perfis do candidato. A decisão é liminar e cabe recurso.

Na leitura da equipe de Boulos, a ação da Justiça Eleitoral pode ter vindo tarde demais – deveria ter sido tomada ainda na pré-campanha – e acabar fortalecendo o discurso Marçal de vítima do sistema. Boulos tem dificuldade, inclusive, de postar os direitos de resposta concedidos pela Justiça nas redes oficiais de Marçal, suspensas. Ao mesmo tempo, o ex-coach tem aberto “perfis reservas”, conseguindo engajamento e mobilizando simpatizantes com discurso de "censura".

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