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Saúde

Novo imunizante contra VSR chega ao Brasil e pode ser adotado pelo SUS; entenda

Imunizante contra o Vírus Sincicial Respiratório obteve registro da Anvisa em 2023; veja o que muda

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Imunizante contra VSR pode beneficiar prevenção de doenças respiratórias em crianças | Agência Brasil
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Chegou ao Brasil um novo imunizante contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023, o Beyfortus (nirsevimabe) deve ficar disponível inicialmente em clínicas e hospitais particulares, informou a Sanofi, responsável pelo produto, nesta quinta-feira (30).

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O VSR é um dos principais responsáveis por bronquiolites, pneumonias e hospitalizações em bebês com menos de um ano. O imunizante, que é um anticorpo monoclonal (que identifica sequências genéticas responsáveis por combater a doença) de dose única e ação prolongada, é indicado para bebês prematuros e com comorbidades.

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Agora, a comunidade médica e outras instituições aguardam a decisão da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que poderá garantir o acesso ao medicamento também na rede pública, segundo a Sanofi.

A consulta pública já foi concluída e a publicação do parecer final é aguardada, mas ainda segue sem previsão.

Eficácia do medicamento

Nos estudos clínicos, o nirsevimabe demonstrou reduzir em 83% as hospitalizações por infecções respiratórias relacionadas ao VSR em bebês nascidos em período normal (de 37 e 42 semanas de gestação). Em países como o Chile, onde o imunizante foi amplamente adotado, a taxa de hospitalizações pediátricas associadas ao VSR caiu 90%, sem registros de óbitos no período analisado.

Aumento de casos de VSR

Dados da plataforma Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revelam que, em 2024, houve aumento da incidência do vírus sincicial respiratório, ou VSR. No ano passado, foram registrados 161.718 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo que 34,9% desses casos foram causados pelo VSR.

O VSR também é o principal causador da bronquiolite, uma infecção dos bronquíolos, estruturas dos pulmões.

O chiado respiratório característico da doença pode, no agravamento do quadro, causar insuficiência respiratória grave na criança, segundo André Nathan, pneumologista do Hospital Sírio Libanês.

A pesquisadora do Infogripe Tatiana Portella explica que, a partir da pandemia da Covid-19, a testagem viral mais ampla em pacientes com síndrome respiratória permitiu o aumento da identificação do VSR. Antes, a doença era tratada sem necessariamente haver a identificação do agente infeccioso.

"Se você olha a série histórica nos casos hospitalizados do VSR, parece que tinha poucos casos. Mas a verdade é que não importava e ninguém sabe dizer quantos casos tinha naquela época. E também durante a pandemia, de várias doenças, equivale a um conhecimento era muito baixo e como tudo mundo ficou anulado isso acabou quebrando o ciclo de outras doenças, inclusive do VSR”, esclarece Portella.

O que muda com esse imunizante?

Para a prevenção do VSR, a rede pública de saúde oferece atualmente o palivizumabe, que também é um anticorpo monoclonal. No entanto, ele exige aplicação mensal durante toda a temporada de circulação do vírus. O nirsevimabe, por sua vez, oferece proteção com uma única dose, que dura toda a temporada do vírus, simplificando o processo e aumentando a adesão.

Em nota conjunta, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam o uso do imunizante "para todos os recém-nascidos e lactentes menores de um ano nascidos durante ou entrando em sua primeira temporada de circulação do VSR."

No documento, eles citam recomendações de uso universal adotadas em outros países como Espanha, França, Itália e Chile.

“Ter mais opções para imunização contra o VSR é fundamental para proteger os bebês dos riscos do VSR. Infecções severas provocadas por esse vírus podem acarretar problemas respiratórios duradouros, afetando a qualidade de vida do bebê ou criança afetada. Então, oferecer uma proteção robusta contra o VSR ajuda a evitar complicações futuras, diminui a demanda por cuidados médicos intensivos nos anos seguintes e contribui para uma melhor qualidade de vida de recém-nascidos e crianças.”, ressalta Renato Kfouri, Presidente do Departamento de Imunizações da SBI.
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