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Entenda os impactos da guerra em Israel para o agronegócio

Brasil exporta commodities e gêneros alimentícios e importa fertilizantes, defensivos agrícolas e sementes. Preços desses insumos podem subir

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Quando se trata de agronegócio, o conflito entre Israel e Hamas pode prejudicar principalmente o setor de fertilizantes e o fornecimento de tecnologias que tem ajudado a melhorar as lavouras de diversos países. 

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Em entrevista ao SBT Agro, o adido agrícola de Israel no Brasil, Ari Fischer, informou que diretores de empresas foram convocados para servirem na guerra, o que pode paralisar as atividades de inovação.

"Israel exporta sensores. O que há de melhor em Israel é a agricultura de precisão. Temos uma tecnologia que exportamos para o mundo: como produzir mais com menos. E a maioria dos CEO's das startups são jovens. Em Israel fazemos parte do Exército até 40 anos. Então, toda essa garotada vai parar de trabalhar e está sendo chamada", disse ele. 

Fischer informou ainda que diversas fazendas produtivas foram destruídas e proprietários mortos. "Naquela região há muitos produtores de gado de leite. Eles queimaram todo o feno. No inverno temos que alimentar as vacas com feno, então, não tem mais como alimentá-las. Fora isso, não há quem toque as propriedades, porque eles mataram", lamentou.

No entanto, ele acredita que os portos próximos a área de conflito serão preservados. "Nesta região do Mediterrâneo temos o porto de Haifa, que são dois portos em um só. Temos um porto que foi construído pelos chineses. Então, eles têm a logística deles. Não acredito que ninguém atrapalhe as negociações deles. Outra questão: a Rússia tem um porto na Síria que também é no mar Mediterrâneo, então, em minha opinião, ninguém atrapalhará essas negociações"

Atualmente, na balança comercial com Israel, o Brasil exporta commodities e gêneros alimentícios e importa fertilizantes, defensivos agrícolas e sementes, com especial enfoque para os nitrogenados, como uréia, cloreto de potássio e fosfato diamônico (DAP). Segundo

 Leonardo César, advogado especialista em direito empresarial e agronegócios, a influência negativa será refletida principalmente no preço dos fertilizantes. "Em razão da ascensão do preço do petróleo, do qual derivam", prevê, mas o efeito não deve ser imediato.

"Não há, no momento, necessidade imediata destes insumos, visto que o Brasil possui grandes estoques dos mesmos. Também, não há previsão de interrupção das exportações", complementa. Contudo, indicativos mostram que o conflito persistirá por um longo prazo. "Nesse interregno, é possível, ainda, a escalada dos conflitos para o Oriente Médio, o que afetaria a exportação de commodities brasileiras para os países árabes, especialmente em razão das dificuldades logísticas", conclui o advogado.

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