Gripe aviária mata leões marinhos
Leão-marinho encontrado morto na Praia Real, em Torres, na semana passada, teve resultado positivo para o vírus H5N1. O governo do Rio Grande do Sul confirmou o terceiro foco de gripe aviária em mamíferos marinhos no estado.
Alessandra Bergmann
O terceiro foco de influenza aviária, também chamada de gripe aviária, foi confirmado no Rio Grande do Sul em mamíferos marinhos. Vários animais foram encontrados mortos pelo vírus nas praias de Santa Vitória do Palmar, Torres e São José do Norte. São animais que se alimentam de aves, que provavelmente estavam contaminadas.
Desde 15 de maio, quando houve o primeiro registro da doença no país, 127 focos foram confirmados pelo Ministério da Saúde, e outros 11 estão sendo investigados. A maior parte foi detectada no Espírito Santo, com focos na região da serra e no litoral, e atualmente todos estão controlados. Os pássaros "trinta réis", bem conhecidos nas praias brasileiras, são os mais afetados. Pelo menos nove estados brasileiros já declararam estado de emergência sanitária em razão dos casos de influenza aviária: o mais recente foi São Paulo, mas também Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito do Santo, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia, Sergipe e Paraná.
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O Ministério da Agricultura disponibilizou um crédito extraordinário de 200 milhões de reais, para facilitar que os estados tenham acesso a recursos para conter o avanço da doença no país.
No primeiro semestre, a doença também foi detectada em criações caseiras de aves que levou os estados de Santa Catarina e Espírito Santo a terem as exportações de frangos e ovos suspensas para o Japão. Depois de negociação entre autoridades dos dois países, a restrição passou a valer somente para os municípios onde houver a detecção de novos focos.
Em 2022, foram produzidas mais de 15 milhões de toneladas de frangos, colocando o Brasil em segundo lugar na produção mundial de frangos e em primeiro nas exportações, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab.
O momento é de alerta e a maior preocupação por parte das autoridades e de toda a cadeia produtiva do frango, desde o avicultor até a indústria frigorífica, é manter o vírus longe dos aviários comerciais e das criações domésticas.
O consumidor não precisa se preocupar, os especialistas afirmam que o consumo de carne de frango e de ovos não representa risco para a saúde humana.
Mas como saber se a ave está com a influenza aviária? São principalmente problemas respiratórios como tosse e espirros, ela fica fraca e com dificuldade para respirar. Até parece com a gripe humana, mas na ave tem alta mortalidade. Não se deve tocar e nem recolher animais doentes, em caso de dúvida é melhor acionar as autoridades.
E para os moradores e visitantes do litoral, a orientação é não se aproximem e não alimentem animais encontrados na praia.
Também é aconselhável evitar levar animais domésticos, ou então não deixar que eles se aproximem de mamíferos ou aves suspeitos, a fim de evitar o contágio pelo vírus.