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Brasil

UFRJ pode fechar por falta de dinheiro para pagar contas

Universidade perdeu R$ 23 milhões no orçamento após cortes do Ministério da Educação

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ufrj/divulgação
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Os sucessivos cortes de verbas ameaçam a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), maior universidade federal do país. A direção anunciou que só tem dinheiro para pagar as contas por mais dois meses e que, por isso, poderá fechar as portas.

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Com quase 1.500 laboratórios, a UFRJ investiga doenças que afligem o mundo. Na universidade, são feitas pesquisas que possibilitaram, por exemplo, o diagnóstico do primeiro caso de varíola dos macacos no estado, como explica a virologista Denise Damaso: é um trabalho de 30 anos que permite a identificação mais rápida e eficiente da doença". 

Agora, tudo isso está em risco. Para cumprir o teto de gastos, o Ministério da Educação bloqueou um R$ 1,6 bilhão das universidades federais. A UFRJ perdeu R$ 23 milhões em um orçamento que já havia encolhido 30% em três anos.

"É como se a gente tivesse se programado pra fazer um voo longo, sem condições de reabastecer e, já na nossa rota, ser avisado de que, olha, 7% do combustível de vocês não têm como ser utilizado, não tem onde pousar, não tem como fazer nenhum abastecimento emergencial, vocês vão cair, vão fazer um pouso de emergência, e vamos ver as consequências que isso vai ter", afirmou Eduardo Raupp, pró-reitor da UFRJ.

Consequências que podem afetar também o atendimentos em nove hospitais universitários e aulas para 70 mil alunos na graduação e pós-graduação. A reitora da UFRJ alerta que, se a redução de verbas não for revertida, a universidade corre o risco de interromper as atividades. O dinheiro para pagar contas básicas, como água, luz e segurança, deve acabar em agosto.

A UFRJ negociou dívidas com prestadores de serviços e tem reduzido os gastos. O orçamento para esse ano precisaria ser de R$ 390 milhões. "É o mínimo pra se manter a universidade limpa, com a luz acesa e a água nas torneiras. Nós nunca fechamos antes. talvez tenhamos que fechar pela primeira vez", afirma a reitora Denise Pires de Carvalho.

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