Professores de colégio militar são exonerados após denúncias de assédio sexual
Casos teriam ocorrido entre 2014 e 2020, em uma escola da Aeronáutica no Rio; investigação durou 3 anos
Salutiel Filót
Depois de 3 anos, a investigação de uma denúncia de assédio sexual contra dois professores de um colégio militar, do Rio de Janeiro, chegou ao fim. Um desfecho incapaz de amenizar o trauma de quem sofreu os abusos.
"Os assédios começaram por meio de rede social, troca de mensagens, e terminaram com um contato físico", lembra uma das vítimas.
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Ela e um grupo de alunas do Colégio Brigadeiro Newton Braga, da Aeronáutica, na Zona Norte do Rio, acusaram os professores dos abusos que teriam ocorrido entre 2014 e 2020. Na época, as estudantes eram menores de idade.
As vítimas entregaram mensagens que receberam dos professores. Um deles fala da "vontade de dar beijos molhados" em uma delas. As alunas e estagiárias levaram a denúncia à direção do colégio. E, depois de 2 anos sem respostas, receberam apoio da Ordem dos Advogados do Brasil, e o caso, enfim, foi encaminhado ao Ministério Público Federal.
Um dos professores chegou a entrar com um mandado de segurança contra as alunas, mas a medida foi rejeitada. Eles foram transferidos para a Universidade da Força Aérea Brasileira. Por fim, a FAB entendeu que os professores cometeram incontinência pública e conduta escandalosa, e os dois foram exonerados dos cargos.
A defesa dos professores classificou as demissões como precipitadas. Segundo os advogados, o processo administrativo ainda não foi encerrado, e há recursos aguardando uma decisão por parte da Força Aérea Brasileira. Eles observam ainda que, após a conclusão do inquérito interno, o caso também ser levado à Justiça comum.
"Assim que eu soube da notícia, eu fiquei aliviada, porque eu só pensava nas crianças da escola que não tinham como se defender", conclui a vítima.
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