Brasil ganha onze mil catadores de resíduos desde o início da pandemia
A renda média desses profissionais cresceu, mas a maioria ainda está na informalidade
Luciano Teixeira
Um estudo sobre reciclagem no Brasil mostra que, no país, existem hoje sessenta mil catadores. É uma alta de 20%, se comparado com o ano de 2020. Desse total, mais da metade são mulheres.
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Flávia Oliveira trabalha numa cooperativa de reciclagem de resíduos em São Paulo há oito anos. Com este emprego, conseguiu terminar os estudos. "Todo o sustento da minha casa é daqui que eu tiro. Hoje eu consegui conquistar o meu carro, posso pagar um aluguel, tô tirando minha carteira de habilitação, terminei meus estudos, tudo daqui", afirma.
A pesquisa revela que o salário médio desses profissionais subiu 35%, cerca de 500 reais a mais, mas varia de acordo com a região brasileira. O salário é maior no centro-oeste e menor no nordeste. Marcos Nascimento, diretor da companhia de coleta seletiva Coopercaps, afirma que alta se deu pela pandemia.
"Durante a pandemia, a gente sabe que muitos empregos acabaram fechando, né? A cooperativa abre as portas para todos os tipos de pessoas. Desde quem tem conhecimento mais avançado, até a galera que está no primeiro ou até no último emprego", diz Marcos.
O mercado de reciclagem movimenta um bilhão e seiscentos milhões de reais por ano no Brasil. O estudo mostra ainda que a quantidade de materiais descartáveis cresceu bastante depois da pandemia. Um dos principais motivos está relacionado ao aumento das entregas em domicílio, que usam mais embalagens.
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