Um combustível mais verde e zerado em resíduos
2023, um ano para ouvir e constatar que as ações realizadas até agora não são suficientes para equilibrar o impacto de nossas atividades no clima do planeta.
Alessandra Bergmann
O IPCC Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da United Nations ONU estima que as emissões globais de GEE (Gases de Efeito Estufa) atingiram um pico antes de 2025, e que precisam cair 43% até 2030 em relação aos níveis de 2019 e 69% até 2035 para limitar o aquecimento global a 1,5°C.
Por outro, a visão compartilhada por especialistas é de que metade das soluções para descarbonização já está disponível e pronta para uso. Contudo, o desafio reside na sua integração efetiva nos modelos de negócios e nas cadeias de valor. Paralelamente, a outra metade se baseia em inovações que estão no horizonte, mas precisam de aperfeiçoamento e escala.
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Segundo um relatório feito pela equipe de inteligência da empresa Stonex Inovação, o hidrogênio Verde, é uma das soluções para a descarbonização da matriz energética global. Traduzindo: É o jeito mais natural de usar energia sem poluir ou agredir o meio ambiente, pois é uma fonte totalmente limpa que não deixa resíduos no ar como o carvão e o petróleo.
O Brasil é hoje o país com mais energia renovável entre os integrantes do G20, e isso pode ser atrativo de novos investimentos no futuro por aqui.
O hidrogênio é o elemento químico mais abundante no universo e possui diversas aplicações, incluindo como combustível e matéria-prima para a indústria, para transportes como aviões, carros e trens, inclusive tem ônibus no Brasil já utilizando o combustível.
Mas o que o agro tem a ver com isso?
As lavouras são as fornecedoras de matéria-prima para a fabricação de hidrogênio verde, cana de açúcar, soja, milho para produzir o etanol - pois sim - está sendo produzido etanol a partir do milho também, uma das bases de composição do hidrogênio verde.
A partir disso, ele pode ser ofertado como amônia, que é resultado do hidrogênio e também matéria-prima dos fertilizantes, ou seja, o agro entra tanto como produtor, como consumidor deste novo combustível.
O Brasil já tem mais de 30 bilhões de dólares em projetos de produção de hidrogênio verde. A produção internacional de hidrogênio na sua forma pura está em cerca de 90 milhões de toneladas anuais, contando com 45 milhões de toneladas por ano adicionais de gases misturados. Por enquanto é só 3% do consumo de energia final no mundo e, até 2050, essa proporção pode chegar a 12%.
Ou seja, você que é produtor rural, você que é consumidor ou investidor na bolsa de valores, fique atento ao hidrogênio verde, o mundo vai precisar dele!