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Novas câmeras corporais começam a ser testadas por policiais militares em São Paulo

Equipamentos precisam ser acionados para começar a gravação; especialista levanta dúvidas se novo sistema pode comprometer a eficiência do monitoramento

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Novas câmeras corporais | Divulgação Governo de São Paulo
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A Polícia Militar de São Paulo começou, nesta terça-feira (29), os testes com um novo modelo de câmera corporal para seus agentes. A tecnologia traz mudanças no sistema de gravação. Apesar de permanecerem ligadas o tempo todo, a gravação depende de um segundo acionamento, que pode ser feito pelo próprio policial, pelo Centro de Operações da PM ou por comandantes da corporação.

Os testes começaram com 120 câmeras em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Ao todo, foram adquiridos 12 mil novos equipamentos, que se somarão aos 10 mil já em uso.

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Segundo o governador em exercício, Felicio Ramuth, o novo contrato prevê uma economia de 20% em relação ao anterior e os equipamentos contam com resoluções melhores. De acordo com a fabricante, as câmeras indicam a localização do policial e têm autonomia de bateria de pelo menos 12 horas. Quando ativadas, elas também recuperam automaticamente os 90 segundos anteriores ao acionamento.

Por determinação do Supremo Tribunal Federal, os equipamentos devem ser utilizados pelos policiais militares paulistas em operações de maior risco, como em comunidades vulneráveis ou em situações que envolvam troca de tiros. Em São José dos Campos, os testes abrangem todo tipo de ocorrência.

Para o especialista em segurança pública Rafael Alcadipani, professor da FGV, o novo sistema pode comprometer a eficiência do monitoramento, já que agora o acionamento depende de decisão humana. "Muitas polícias ao redor do mundo utilizam esse sistema, mas com punição caso o policial não ative a gravação e algo de errado aconteça", alerta.

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Policiais que não acionarem a câmera durante uma ocorrência devem justificar a falha. Para Alcadipani, é essencial que a responsabilidade se estenda também aos comandantes das unidades, garantindo maior controle sobre as operações.

Desde 2019, quando a PM paulista passou a utilizar câmeras corporais, a letalidade policial caiu 62,7%, passando de 697 para 260 mortes em 2022, segundo estudo do Unicef e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Inicialmente contrário à tecnologia, o governador Tarcísio de Freitas mudou de ideia após casos de abusos cometidos por agentes. Em dezembro de 2024, ele afirmou: "Hoje eu percebo que [a câmera] ajuda o agente de segurança pública, percebo que é um fator de contenção e nós precisamos, sim, de contenção".

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