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PF apreende quase R$ 3 mi em endereços de investigados por vender sentenças no Tribunal de Justiça de MS

Cinco desembargadores da ativa e um aposentado, um conselheiro do Tribunal de Contas e filhos são alvos da Operação Ultima Ratia

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PF faz buscas em endereços de alvo da Operação Ultima Ratia. (Divulgação/PF)
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A Polícia Federal aprendeu mais de R$ 3 milhões em dinheiro vivo nas buscas da Operação Ultima Ratia, contra venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS). A maior parte dessa fortuna estava na casa do desembargador aposentado Júlio Roberto Siqueira Cardoso.

A PF encontrou R$ 2,7 milhões em diversas notas de R$ 100,00 e R$ 50,00, predominantemente, e em dólares e outras moedas.

+ Veja quem são os desembargadores afastados suspeitos de vender sentenças no Tribunal de Justiça de MS

O desembargador aposentado teria recebido dinheiro em troca de ajudar uma advogada, casada com um juiz, em um caso de obtenção "indevida" de mais de R$ 5 milhões. Foram identificadas ainda "transações imobiliárias de grande monta realizadas pelo desembargador com o emprego de recursos de origem não rastreável, ou seja, que não transitaram em contas bancárias de titularidade do investigado".

Cardoso e cinco desembargadores da ativa do TJ-MS foram alvos da Ultima Ratia, entre eles, o atual presidente, desembargador Sérgio Fernandes Martins. Todos foram afastados dos cargos por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e passaram a usar tornozeleira eletrônica.

Os policiais apreenderam diversas armas no endereços dos investigados (veja acima).

A PF e o Ministério Público Federal (MPF) pediram a prisão dos desembargadores, inclusive do aposentado Júlio Cardoso, mas o ministro do STJ Francisco Falcão, relator do caso, negou.

Dinheiro apreendido na casa de juiz aposentado do MS, pela PF. (Crédito: Divulgação/PF)
Dinheiro apreendido na casa de juiz aposentado do MS, pela PF. (Crédito: Divulgação/PF)

Tribunal. O TJ-MS informou em nota que a operação tem como foco "alguns desembargadores, magistrado e servidores" e não vê "prejuízo a quaisquer dos serviços judiciais prestados".

"Os investigados terão certamente todo o direito de defesa e os fatos ainda estão sob investigação, não havendo, por enquanto, qualquer juízo de culpa definitivo."

Leia a nota do TJ-MS:

"O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul vem comunicar ao público que o Ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, no âmbito de investigação que corre naquela Corte, ainda sigilosa, determinou medidas direcionadas exclusivamente a alguns Desembargadores, magistrado e servidores deste Tribunal, as quais estão sendo regularmente cumpridas, sem prejuízo a quaisquer dos serviços judiciais prestados à população e que não afetam de modo algum os demais membros e componentes da Justiça Sul-mato-grossesse.

Os investigados terão certamente todo o direito de defesa e os fatos ainda estão sob investigação, não havendo, por enquanto, qualquer juízo de culpa definitivo.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul seguirá desenvolvendo seu papel de prestação jurisdicional célere e eficaz, convencido de que aos Desembargadores, magistrado e servidores referidos, será garantido o devido processo legal."

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