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Justiça

Mais 3 jogadores são citados em investigação sobre máfia das apostas esportivas

Um deles é Alef Manga, do Coritiba, que teria negociado R$ 85 mil para receber um cartão amarelo

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Alef Manga (Reprodução/SBT Brasil)
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Mais três jogadores foram citados nas investigações do Ministério Público de Goiás (MPGO) sobre a máfia das apostas esportivas. Um deles é Alef Manga, do Coritiba, que teria negociado o valor de R$ 85 mil para receber um cartão amarelo durante uma partida. O clube ainda não se manifestou oficialmente sobre qualquer afastamento ou suspensão do atleta.

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Outro, Diego Porfírio, na época do Coritiba, mas atualmente no Guarani de Campinas, também aparece no documento, com a condição de também ser advertido no jogo.

Em uma lista de pagamentos feita por Bruno Lopes, considerado o chefe do grupo criminoso de apostas, Alef aparece como tendo recebido a quantia de R$ 50 mil. Faltaria, ainda, o acerto de R$ 35 mil.

Em uma conversa, Bruno Lopes ainda cita o nome de outro jogador do Coxa, Jesus Trindade, dizendo que ele receberia R$ 70 mil. Apesar de investigados, nenhum dos três jogadores do Coritiba estão no processo como réus.

O MPGO também encontrou indícios de que pelo menos um jogo sofreu interferência no resultado para beneficiar apostadores. A partida entre Goiás e Goiânia, disputada no dia 12 de fevereiro deste ano no campeonato estadual. Em uma das conversas, é combinada a derrota do Goiânia no primeiro tempo. O jogo acabou em 2 x 0 para o Goiás, com dois gols no primeiro tempo.

Durante a semana, a Justiça de Goiás tornou réus 16 investigados na segunda fase da Operação Penalidade Máxima. Entre eles, sete jogadores. Os outros nove são apostadores, intermediadores e financiadores do esquema. Os atletas eram pagos para cometer pênaltis ou faltas. A quadrilha usava robôs e contas de laranjas para fraudar as casas de apostas.

O Congresso deve, até a próxima 4ª feira (17.mai), instalar a CPI das apostas, uma Comissão Parlamentar de Inquérito que pretende ouvir depoimentos e solicitar documentos e quebras de sigilo para entender como funciona esse esquema. O ex-presidente do Flamengo e deputado federal, Eduardo Bandeira de Mello (PSB-RJ), é um dos indicados a compor a comissão e defende que, se medidas não forem tomadas logo, o escândalo pode afetar a credibilidade do próprio esporte.

"Quem é que vai acreditar num resultado de uma partida, na classificação de um campeonato? E se a gente souber que está tudo contaminado por corrupção no setor de apostas", disse o parlamentar.

Em meio às discussões, o governo deve editar uma Medida Provisória (MP), com validade imediata, definindo regras para o funcionamento de sites de apostas, que são autorizados desde 2018, mas ainda sem regulamentação. O texto deve prever, por exemplo, a taxação das empresas e a criação de uma secretaria para fiscalizar fraudes e aplicar possíveis punições.

O texto foi enviado ao Planalto nesta semana pelo Ministério da Fazenda e ainda vai passar pela avaliação do presidente Lula (PT). Para Luciano Póvoa, consultor legislativo do Senado Federal que participou de um estudo sobre o mercado de apostas online no brasil, as regras são fundamentais para trazer segurança ao setor.

"A gente está num voo cego. Existe um mercado, e o governo não tem como fiscalizá-lo de forma adequada. Qualquer empresa está podendo ofertar esse serviço de apostas, criar um site, esses sites são hospedados em outros países, parte da arrecadação está indo para estes outros países. Com a regulamentação, vão ter maiores punições", pontua.

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