Rússia amplia ataques e bombardeia três novas cidades na Ucrânia
"O mundo deve saber: estamos enfrentando um estado terrorista", afirmou o presidente ucraniano
SBT Brasil
A Rússia ampliou e intensificou os ataques no 16º dia de guerra na Ucrânia. Pelo menos três cidades que ainda não tinham sido atingidas foram bombardeadas. Os ucranianos acusam os russos de terem matado, até agora, mais civis do que soldados.
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Os bombardeios chegaram ao oeste da Ucrânia, região que estava sendo poupada pelo exército russo. Explosões foram registradas em aeroportos militares de Lutsk e Ivano-Frankivsk, não muito longe das fronteiras com a Polônia e a Romênia, que integram a Otan e a União Europeia. A Rússia confirmou os ataques.
O prefeito de Lutsk lamentou que o sistema de alerta não tenha funcionado antes do bombardeio. Pelo menos quatro soldados morreram. No centro do país, Dnipro -- a quarta maior cidade ucraniana, onde vivem mais de um milhão de pessoas -- também foi atingida. Ataques aéreos mataram ao menos um civil e destruíram uma fábrica de calçados, uma creche e um condomínio.
Em Mariupol, cercada há dias pelo exército russo, a situação é de desespero. Nenhum civil consegiu fugir, nenhuma gota d'água chegou e mais de 300 mil pessoas estão exaustas, com sede, fome e frio, disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk.
A capital, Kiev, se prepara para uma invasão nos próximos dias. Imagens de satélite mostram tropas russas se reagrupando nos arredores da cidade. Nesta 6ª feira (11.mar), já houve confronto em um vilarejo próximo à capital ucraniana.
Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, o presidente Vladimir Putin autorizou o recrutamento de mais de 16 mil voluntários do Oriente Médio para lutarem ao lado do exército russo.
"O mundo deve saber: estamos enfrentando um estado terrorista", declarou Volodymyr Zelensky. O presidente ucraniano voltou a pressionar a União Europeia sobre a entrada do país no bloco. Reunidos em Versalhes, na França, os líderes europeus não se comprometeram a aceitar o pedido, mas deverão duplicar o apoio militar ao país, destinando mais 500 milhões de euros em armas.
A União Europeia também quer implementar um plano pra eliminar, aos poucos, a dependência dos combustíveis russos até 2027. Atualmente, 45% do gás e 25% do petróleo usados pelo bloco são fornecidos pelo país de Vladimir Putin.