Queda de Boris Johnson repercute entre Rússia e Ucrânia
Moscou comemora renúncia, enquanto Kiev lamenta saída de lider aliado
Patrícia Vasconcellos
A queda de Boris Johnson, considerado o líder mais próximo do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, teve repercussão entre os dois envolvidos na guerra da Ucrânia. A notícia da renúncia do premiê britânico recebeu tom de comemoração, em Moscou, e de lamento, em Kiev.
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O nome à frente do governo britânico vai mudar, mas o apoio aos ucranianos continua, é o que garantiu o ministro de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, nome mais cotado para substituir Boris Johnson. Outros candidatos são os dois ministros do alto-escalão que renunciaram no começo da semana, Sajid Javid, da Saúde, e Rishi Sunak, das Finanças
Logo após o anúncio, o líder da Ucrânia ligou para Boris Johnson. Segundo o comunicado, Volodymyr Zelensky expressou tristeza pela renúncia e agradeceu o apoio do premiê desde o primeiro dia da invasão russa.
Boris foi o primeiro líder do G7, grupo que reúne as sete nações mais industrializadas do mundo, a viajar a Kiev depois do início da guerra. Ele caminhou nas ruas da capital ucraniana, quando o risco ainda era considerado alto ali. O premiê britânico ainda voltou ao país uma segunda vez, no mês passado.
Em Moscou, o tom foi oposto ao de Kiev. O porta-voz do Kremlin admitiu que o sentimento do governo russo em relação a Boris Johnson é mútuo: um não gosta do outro.
Na Casa Branca, a mensagem é que os Estados Unidos vão continuar com a cooperação próxima com o Reino Unido, o que inclui manter o apoio à população da Ucrânia.
Em Bali, na Indonésia, onde os ministros de Relações Exteriores do G20 estão reunidos, a representante britânica, Lizz Truss, que também é cotada para substituir Boris Johnson, não se reuniu com o ministro russo. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, também decidiu não ter um encontro bilateral com Sergei Lavrov.
Nesta 5ª feira (7.jul), Vladimir Putin desafiou o ocidente a enfrentar a Rússia e afirmou que a ofensiva séria na Ucrânia ainda não começou. Entre os ataques mais recentes, um grupo de militares morreu em um bombardeio à Ilha da Serpente, reconquistada por Kiev há poucos dias. A Rússia justificou-se dizendo que foi provocada depois que a bandeira ucraniana foi colocada ali.
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