Não! Não Olhe! Terror, OVNIs e faroeste se misturam na obra de Jordan Peele

Quando Jordan Peele lança um novo filme, Hollywood se enche de expectativa e os fãs correm ao cinema. Peele começou a atuar há duas décadas, mas foi nos últimos cinco anos que deu uma reviravolta na carreira. Deixou de ser mais um comediante para se tornar um dos diretores mais impactantes da atualidade; em seus enredos sempre traz reflexões sociais, horror e deleite. "Não! Não Olhe!" chega ao Brasil nesta 5ª (25.ago) e é o terceiro filme assinado pelo diretor que anteriormente lançou "Corra!" (2017 - Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original) e "Nós" (2019).

O novo trabalho do cineasta traz uma mistura de ficção científica, suspense, horror e faroeste e é um sucesso de bilheteria. Só nos Estados Unidos já rendeu cerca de US$ 114 milhões (o equivalente a R$ 600 milhões), um dos poucos filmes originais a ultrapassar a marca de US$ 100 milhões em tempos de pandemia. Os outros dois filmes de Peele ("Corra" e "Nós" também alcançaram o mesmo feito).

Um espetáculo visual, cheio de referências da sétima arte. Os cinéfilos vão poder ver neste filme, outras tantas obras passando. As influências de Peele estão escancaradas no telão. "É difícil falar sobre a gênese sem entregar nada, mas senti que havia esse vácuo de um filme que eu gostaria que existisse, e ainda não havia sido feito. Que era um filme de terror sobre OVNIs. De certa forma, senti que tinha a responsabilidade de assumir isso. Então, a ideia, o conceito e o enredo começaram a partir daí", conta Peele.

A história se apoia na vida de dois irmãos, OJ (Daniel Kaluuya) e Emerald (Keke Palmer). Eles herdam uma fazenda de cavalos do pai, que morreu de maneira bem bizarra - aliás, cenas bizarras não faltam no longa. Muitas daquelas que você vai falar para você mesmo: "Não, não olhe!".

"Sou filho único, mas sou fascinado pelo relacionamento entre irmãos porque é baseado em um tipo de lealdade genética primordial, com algo especial por detrás. Não importa o quanto eles possam, o que acontece com muitos irmãos, pular no pescoço um do outro ou brigar. Não importa o quanto a existência é definida por serem diferentes, eles se apoiam no final. Então, eu queria contar uma história sobre isso porque é algo que sempre me traz muito coração, alegria e melancolia", comenta.

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Do céu vem o mistério, escondido atrás das nuvens, o que intriga os irmãos e é a grande interrogação da trama. Em paralelo, o diretor traz as histórias de um parque de diversão, vizinho da fazenda, com Jupe (Steven Yeun), além de envolver Angel (Brandon Perea), que quer tentar gravar o mistério para, claro, mostrar ao mundo e ganhar fama com isso. 

"As pessoas podem esperar uma aventura emocionante. O filme vai para diferentes lugares, é também uma peça com personagens muito fortes, também acho que vai ter muito para as pessoas absorverem. Acho que vai ser como nos outros filmes de Jordan Peele que temos que assistir três, quatro vezes para realmente ver todas as nuances", contou a atriz Keke Palmer na pré-estreia mundial, em Los Angeles.

Já Daniel Kaluuya garantiu que o filme vai deixar o espectador "deslumbrado e cheio de expectativa". "Esta é a única vez que eu vi uma narrativa de irmão e irmã assim. É incrível poder tentar fazer isso, espero que muitas pessoas se vejam, acho que muita gente vai se identificar", disse o ator.

Reações - Não! Não leia!

O filme tem 83% de aprovação em um dos sites mais conceituados de reações de críticos - Rotten Tomatoes. Mas, muitos espectadores deslumbrados com os dois primeiros longas de Peele acharam que faltou o ingrediente principal das obras do cineasta. Se você o conhece, já sabe qual é. Se não, melhor: vá sem expectativa alguma, e aí sim, sairá deslumbrado. Se delicie também com o tributo à história do cinema brincando em achar referências neste quebra-cabeças.