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Saúde

"Demência do pugilista": entenda condição que afetava o boxeador Maguila

Um dos maiores lutadores do país, morto nesta quinta-feira (24), enfrentava condição neurológica causada por pancadas na cabeça; entenda

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Maguila enfrentava um tipo de demência que afeta pugilistas e jogadores de futebol americano | Reprodução/Instagram
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Um dos maiores lutadores de boxe do Brasil, Maguila, morto aos 66 anos nesta quinta-feira (24), em uma clínica de cuidados paliativos em Itu, no interior de São Paulo, enfrentava Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), um tipo de demência progressiva e sem cura, que está diretamente ligada aos inúmeros golpes que o ex-pugilista sofreu durante sua carreira.

+ Maguila, ex-boxeador campeão mundial, morre aos 66 anos

Em razão disso, ela também é conhecida como "demência do pugilista". O pugilista norte-americano Muhammad Ali, morto em 2016, também enfrentou a doença.

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O que é a demência pugilista?

A condição é caracterizada por um declínio cognitivo, alterações de comportamento e sinais de Doença de Parkinson, segundo um artigo publicado nos Arquivos da Clinica de Psiquiatria. Ela pode aparecer em esportes bastante contato, como o boxe, hockey e futebol americano, no qual os atletas apresentam concussões (lesões) repetitivas: os traumatismos cranioencefálicos (TCEs).

Na ETC, o cérebro, pelo acumulo da proteina TAU causado pelas lesões, passa por modificações anatômicas estruturais que desencadeiam os sinais e sintomas neuropsiquiátricos, podendo ser, inclusive, confundida com outros tipos de demências, entre elas a Doença de Alzheimer, explica um artigo publicado na Brazilian Jornal of Devolopment.

"Ela pode ser confundida com Parkinson e Alzheimer, mas geralmente não responde aos medicamentos utilizados para tratar o Parkinson, Geralmente essa resposta indica que se trata da condição", explica Sekeff.

Diagnóstico e tratamento

Para o diagnóstico diferencial e precoce da condição, são indicados exames como biomarcadores e tomografia por emissão de pósitrons (PET/SCAN).

De acordo com o especialista, o prognóstico da doença costuma ser ruim e pode surgir anos depois da aposentadoria do paciente.

"Ela pode aparecer devagar, demonstrar lesões cerebrais e diminuição do campo cerebral, como o hipocampo e lobo frontal, e sem cura", ressalta.

Dentre as outras complicações associadas estão imobilidade, pneumonia e as opções de tratamento são poucas: reabilitação física, medicamentos para quadro psiquiátrico (o que inclui o cannabidiol, que também auxiliava nos cuidados de Maguila), além de alguns medicamentos para Alzheimer que podem frear os avanços dos danos cognitivos em alguns casos e terapia ocupacional.

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