Lula diz que não tomará novas medidas fiscais, mas promete: "Não haverá irresponsabilidade"
Presidente afirma que se caminhoneiros estiverem descontentes com valor do diesel, governo vai dialogar
Vinícius Nunes
Murilo Fagundes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (30) que não haverá novas medidas fiscais para controlar o déficit público. Segundo o petista, o déficit primário de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 é "praticamente zero" e não deve ser considerado. Deu a declaração em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.
"A gente quer responsabilidade fiscal e menor déficit possível porque quer que esse país dê certo. Se fizer dívida, é para ativo novo que faça esse país melhor [...]. Estabilidade fiscal é uma questão muito importante para o governo e para mim [...]. Não haverá irresponsabilidade fiscal neste governo", disse o petista.
+ Lula diz que haverá "reciprocidade" se Trump taxar produtos brasileiros
Para o presidente, as medidas adotadas pelo governo em 2024 para diminuir o gasto público já são suficientes e que só haverá novos atos se houver "a necessidade de fazer alguma coisa".
Lula também saiu em defesa de Fernando Haddad, ministro da Fazenda: "As pessoas que passaram o ano inteiro falando do famoso déficit fiscal deveriam pedir desculpas ao Haddad".
+ Lula defende Galípolo após Banco Central aumentar juros: "Fez o que entendeu que deveria fazer"
Alta dos combustíveis
Lula negou que tenha qualquer governança acerca do aumento nos combustíveis, sobretudo no diesel. Disse que a regência para um aumento, que ocorrerá no próximo sábado, 1º de fevereiro, é da presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
"Não autorizei aumento do diesel. Desde meu primeiro mandato, aprendi que quem autoriza aumento do petróleo e derivado do petróleo é a Petrobras e não o presidente. Já aprendi há muito tempo isso", disse.
+ Alta da gasolina vai prejudicar ainda mais popularidade de Lula?
Questionado o que faria se houvesse um questionamento e possíveis revoltas de caminhoneiros pelo país, Lula disse que haveria diálogo com os descontentes. O presidente explicou que mostraria a eles que o preço do diesel em 2024 é menor do que o comercializado em dezembro de 2022.