Produtores de tabaco ganham o dobro da média per capita brasileira, diz estudo
Cerca de 138 mil famílias estão envolvidas nessa atividade e 80% pertencem às classes sociais A e B, segundo pesquisa da UFRGS
Alessandra Bergmann
Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) revelou que o rendimento mensal per capita dos produtores de tabaco é substancialmente superior, atingindo o dobro da média nacional. O estudo conduzido pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração (CEPA) aponta que cerca de 95% das 138 mil famílias envolvidas nessa atividade residem nos estados de maior produção: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Essencialmente, cerca de 80% desses agricultores estão situados nas classes sociais A e B, em contraste com a média nacional, que não ultrapassa 25%.
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Por outro lado, enquanto aproximadamente 76% da população em geral se enquadra nas classes sociais C e D, menos de 20% dos produtores de tabaco se encontram nessa faixa. Os resultados indicam que a renda mensal média per capita dos produtores de tabaco é de R$ 3.935,00, em comparação com a média geral da população brasileira, que atinge R$ 1.625,00. Ainda segundo o estudo, mais de 70% das residências sendo construídas em alvenaria e compreendendo três ou mais quartos. É comum encontrar comodidades como máquinas de lavar roupa, ar-condicionado, aspiradores de pó e fornos elétricos nos lares dessas famílias.
Cerca de 13% dos produtores são proprietários de mais de um imóvel, além daquele em que residem. A esmagadora maioria, cerca de 94%, tem acesso à internet, e um aspecto notável é que 100% dos produtores possuem veículos automotores, enquanto mais de 80% deles detêm tratores.
A pesquisa também revela uma ampla gama de informações, das quais destacamos apenas uma parte. Contudo, vale ressaltar que, no que diz respeito à educação, aproximadamente 60% dos chefes de família concluíram o ensino fundamental, enquanto 32% completaram o ensino médio e alguns até cursaram o ensino superior. No âmbito da gestão das propriedades rurais, é notável a alta participação em cursos sobre o manuseio adequado de agrotóxicos (95%) e práticas de manejo sustentável do solo (50%).
Quanto à produção de tabaco, é relevante destacar que as condições climáticas ideais compreendem um clima seco e quente, com temperaturas entre 20°C e 30°C. Na safra anterior, o Brasil produziu 634 mil toneladas de tabaco, o que o coloca como o segundo maior produtor mundial, superado apenas pela China. O Brasil lidera o ranking global de exportação de tabaco, sendo que mais de 85% de sua produção é destinada ao mercado internacional, exportando para mais de cem países.